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- Convenors:
-
Susana Viegas
(Institute of Social Sciences, University of Lisbon)
José Glebson Vieira (Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN)/ Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais e Humanas)
- Discussant:
-
Oscar Calavia Sáez
- Location:
- Sala 1, Ciências Veterinárias (Map 30)
- Start time:
- 9 September, 2013 at
Time zone: Europe/Lisbon
- Session slots:
- 3
Short Abstract:
Este Painel inscreve-se no desafio temático do congresso, propondo debater um tema histórico sob um ângulo antropológico. Acolhemos análises que reflictam sobre as múltiplas agências e atores envolvidos nas transformações do espaço ameríndio em antigas missões e na actualidade na América do Sul.
Long Abstract:
Este Painel inscreve-se no desafio temático geral do congresso propondo-se debater um tema histórico sob um ângulo antropológico, no âmbito de uma antropologia dos processos de transformação do espaço ameríndio. Acolheremos análises que reflictam sobre as múltiplas agências e atores envolvidos na construção e transformação do espaço ameríndio, com ênfase na criatividade e no protagonismo dos ameríndios e suas relações com os equipamentos e as políticas indigenistas, nomeadamente as missionárias, em diversos períodos históricos e na actualidade.Pretendemos problematizar diferentes modalidades de vivência do espaço e suas repercussões tanto na sucessão de regimes de posse da terra em diversos países da América do Sul como na sucessão de regimes de política ambiental. Será esta relação entre posse territorial, uso e preservação de recursos ambientais uma novidade na antropologia americanista ou poderemos agora considerá-la no tempo-longo? Desafiamos a apresentação de propostas que enveredem pela análise dos modos ameríndios de posse, vivência e habitação da terra e que possam contribuir para uma visão dos sucessivos encaixes, conflitos e mal-entendidos que foram trilhando os processos históricos e as dinâmicas socioculturais de uso da terra decorrentes do encontro colonial.
Accepted papers:
Session 1Paper short abstract:
Os aldeamentos indígenas do império (1845-1889) constituem para a Antropologia uma instigante descontinuidade na serie de registros da ação missionária cristã: antecedem a elaboração da Lei de Terras (1850) e instituem o regime de relação com os índios pautado pela definição do seu território.
Paper long abstract:
Os aldeamentos indígenas do império (1845-1889) constituem para a Antropologia uma instigante descontinuidade na serie de registros da ação missionária cristã: antecedem a elaboração da Lei de Terras (1850) e instituem para a jovem nação brasileira o regime de relação com os índios pautado pela definição do seu território. Focaliza-se de um lado como a missão capuchinha estabelece diálogos sistemáticos com a ciência dos naturalistas a respeito da natureza e da sociedade no continente sul-americano. De outro, acompanha-se na correspondência e nos relatórios inéditos dos missionários que dirigiram por meio século os aldeamentos indígenas das províncias de São Paulo e do Paraná como o tema da organização social dos índios, a dinâmica das "raças", "tribos" e "famílias" dos Kaingang, dos Guarani Kaiowá, dos Ñandeva e dos Mbyá informam o programa missionário e oficial de "Catequese e Civilização" dos Índios.
Paper short abstract:
This presentation will consider the religious and political transformations in one of the largest Jesuit missions of the Brazilian Amazon.
Paper long abstract:
This presentation will consider the religious and political transformations in one of the largest Jesuit missions of the Brazilian Amazon. On the face of things, the period from 1600 to 1760 saw the once huge nation of Tapajó indians become reduced to virtually nothing. Their once powerful women chiefs, prophets and guardians of the desiccated bodies, painted stones were gone. Yet other ritual specialists and special objects had appeared instead. Against a backdrop of a changing regional system of inter-ethnic relations, this presentation will seek to provide a more nuanced history of changes taking place in the area around the Tapajó mission.
Paper short abstract:
Busco tecer, ainda que em forma de notas preliminares, uma outra perspectiva histórica a respeito das formas de habitar, ocupar o território e conformar lugares pelos Pataxó em torno do aldeamento de Bom Jardim (1981), atual Barra Velha.
Paper long abstract:
A literatura etnológica aponta abril de 1861, como a data de origem da Aldeia de Bom Jardim (atual Barra Velha), formada para abrigar, além dos Pataxó, diversas outras etnias da chamada área etnográfica leste do Brasil. Tais escritos apontam que o "pedido" de aldeamento foi motivado por uma politica de valorização de terras para iniciativa privada e numa visão de que os índios eram uma ameaça aos habitantes da vila do Prado. A partir de então, os Pataxó, tidos como semi-nômades, passariam a ter uma vida sedentária forçada, de extrema pobreza e subordinada ao poder colonial. O presente trabalho, fruto de uma investigação histórica e etnohistórica sobre os Pataxó, apresenta elementos constitutivos da cosmografia em torno da criação do aldeamento de Bom Jardim e seus desdobramentos até 1951. Busco tecer, ainda que em forma de notas preliminares, reflexões a respeito dos modos de habitar, ocupar o território e conformar lugares, de forma a restituir agência histórica dos índios, contrastando com as abordagens de inclinação materialista e, em certo sentido, evolucionista a respeito do contato. Sustento, ainda que de forma embrionária, a "tese" de que os índios, longe de serem passivos aos processos externos, atuaram e vêm atuando de forma ativa na conformação do território onde vivem. Tal esforço se dava num engajamento prático no ambiente, nas formas de habitar no território, perfazendo processos de inovação, de incorporação e de confrontação de seu projeto territorial com de outros atores, construindo um processo geográfico de multi-territorialização, uma malha territorial em constante tensão.
Paper short abstract:
Esta ponencia quiere analizar la transformación, especialmente durante el siglo XX, de una representación política indígena relacionada con la gestión colectiva de la tierra a una representación electoral por parte de un comité cívico indígena en un municipio del Altiplano Occidental de Guatemala.
Paper long abstract:
Lo primero que hicieron los 4 concejales indígenas del Comité Cívico Xel-ju de Quetzaltenango que formaron parte del gobierno municipal de 1978 a 1981, fue rechazar integrar únicamente la comisión de bosques y ejidos por considerarla discriminatoria. Teniendo en cuenta que esta comisión era el espacio en que se habían quedado cantonados los concejales indígenas de Quetzaltenango desde la desaparición de la alcaldía indígena en 1935, nos interesa analizar a qué se debe esta transformación y su correspondencia con los cambios ocurridos en la relación de este sector de la población con el Estado. En efecto, las luchas por los escasos terrenos comunales que le quedaban al municipio entre las autoridades indígenas del centro urbano y los indígenas de las aldeas que rodean el municipio durante la efímera reforma agraria de 1952, demuestran cómo a mediados del siglo XX, la autoridad indígena todavía estaba relacionada con la gestión colectiva de la tierra. Sin embargo, la participación indígena en las cooperativas o en la Gremial nacional de trigueros y especialmente la creación de un partido político indígena en 1972 demuestran los cambios ocurridos en las formas de representación política de este colectivo.
Paper short abstract:
The paper explores Huni Kuin practices that constitute sociality as they simultaneously create themselves inter-subjectively in specific configurations of space-time grounded in a material theory of the person. Territory is not fixed but contingent on the ever-transforming co-presence of Huni Kuin
Paper long abstract:
The paper explores Cashinahua practices that constitute sociality as they simultaneously create themselves inter-subjectively as Real People (Huni Kuin) Such collective autopoiesis takes place in specific configurations of space and time, grounded in a material theory of the person. Material practice creates persons and the contexts that they inhabit within and between distinct levels of the cosmos. Huni Kuin constitute relatedness in a historical sense, a process derived from a properly indigenous phenomenology which encompasses flows of both substance and discourse, ordering their creative energy according to a dualist logic. A key aspect of these processes is constant reference to value. The ethnography shows that, although day-to-day discourse and political oratory may often be moralizing in tone and homiletic in content, Huni Kuin are not moral philosophers. Rather, trust and mistrust, love and anger, generosity and miserliness, are treated phenomenologically as emerging from affects and properties that are materially embodied in the person over time, extrapolated in intentional thought and action. As epistemological events, they are also corporeal ones. And as corporeal events, they link the person into the time and space of her or his own constitution. Thus Huni Kuin territory, from this perspective, is not fixed and immutable but contingent on the ever-growing and transforming co-presence of productively engaged living Huni Kuin, among other bodies and 'persons'. The paper engages critically with the debates on perspectivism as it sets out the need for placing Huni Kuin phenomenology at the centre of the analytical frame
Paper short abstract:
Esta comunicação analisa a organização social dos Potiguara (Brasil) e parte da produção e articulação do parentesco com a forma social do referido coletivo que se expressa nos ideais de "viver bem", de ter "boa vida" e de "viver nas aldeias" e entre parentes dentro do processo de socialidade.
Paper long abstract:
Esta comunicação analisa a organização social dos Potiguara, localizados no nordeste brasileiro, e parte da produção e articulação do parentesco com a forma social do referido coletivo que se expressa nos ideais de "viver bem" e de ter "boa vida", que traduzem a possibilidade de "viver nas aldeias" e entre parentes e demarcam a centralidade do parentesco no processo de socialidade. O foco da análise recai sobre a formação de algumas aldeias por meio da descrição da formação de determinados conjuntos de assentamentos ao longo dos rios (concebidos como espaços vividos). A partir da disposição espacial delas é possível depreender a história (e o parentesco) potiguara, ou melhor, as concepções de tempo e espaço, os sentidos dos deslocamentos (fixação e dispersão), a gestão política de relações e a efetivação da vida social, isto é, a composição e organização das famílias e dos círculos de aliança e cooperação.
Paper short abstract:
In this paper I reflect on some of the issues that prompted the building of a new Panará village, and the use of space therein. . In particular I revisit the idea of ‘spatial descent groups’ and the notion that clans identify with specific locations in the village circle.
Paper long abstract:
In 2009 Panará people built a new village upstream over the village where they have lived since 1997. This is the first time since the early 1970s that they have lived in multiple villages. In this paper I reflect on some of the issues that prompted the building of the new village, and the use of space therein. In particular I revisit the idea of 'spatial descent groups' and the notion that clans identify with specific locations in the village circle. Drawing on accounts dating back to the late 19th/early 20th century, as well as more recent ethnographic accounts I ask whether connections between space and identity among Ge-speaking groups are above all 'things anthropologists worry about'.
Paper short abstract:
A comunicação versa sobre as experiências das sociedades indígenas na América do Sul entre o século XVIII até a atualidade, e o enfrentamento que realizaram aos modelos de desenvolvimento e de apropriação de territórios aos quais foram submetidas e as alternativas que desenvolveram.
Paper long abstract:
A presente comunicação versa sobre as experiências das sociedades indígenas reunidas nos territórios coloniais luso e hispânico na América do Sul no século dezoito, particularmente na espacialidade que ficou conhecida como os Sete Povos das Missões, fundados pelos Jesuítas no território do Rio Grande de São Pedro, atual Rio Grande do Sul - no Brasil, observando-as como expressões de uma sociodiversidade capturada pelo colonialismo e submetidas ao construto de um edifício político Tutelar que atravessou temporalidades e compôs, na atualidade, a colonialidade que informa práticas indigenistas e diferentes ações da sociedade envolvente, especialmente sul-rio-grandense, em relação a essas sociedades e ao reconhecimento do direito à demarcação de suas terras, e é, em várias situações, enfrentada, combatida e superada pelas sociedades indígenas no Brasil. Esta abordagem sustenta os desafios enfrentados por essas sociedades em relação aos modelos de desenvolvimento impostos nessas diferentes temporalidades e a apropriação que realizam da idéia de etnodesenvolvimento como uma categoria política e positivada no ordenamento jurídico brasileiro contemporâneo, buscando superar o paradigma da "incapaciadade indígena" contido na arquitetura histórica da política Tutelar. Desta monta, essa comunicação compreenderá uma interpretação sobre as sociedades indígenas em relação aos projetos de desenvolvimento em disputa na sociedade brasileira atual, considerando o contexto sóciopolitico da globalização capitalista e a singularidade desse enredo na territorialidade missioneira do Brasil Meridional.
Paper short abstract:
A comunicação articula os dois modos opostos que os Yaminawa do Acre têm de lidar com o espaço: aquele próprio da Terra Indígena legalmente reconhecida e o do mundo dos brancos, por cujas margens eles transitam constantemente.
Paper long abstract:
A comunicação trata daquilo que durante longos anos a imprensa do Acre, no sudoeste da Amazonia brasileira, tem apresentado como "problema Yaminawa": a presença na cidade de contingentes nutridos desse grupo que, apesar de contarem com terras extensas demarcadas já nos anos oitenta, as abandonam periodicamente para circular no meio urbano sem no entanto ter se integrado ou dissolvido nele. O "problema Yaminawa" pode ser melhor descrito apenas se abandonarmos algumas noções prévias sobre o "grupo étnico", a identidade e a situação dos indígenas dentro do continuum rural-urbano, e se contrastarmos a noção de "território" tal como ela aparece na política indigenista, com a dimensão espacial das relações de parentesco dos Yaminawa.
Paper short abstract:
O objetivo da comunicação é compreender o sentido do compadrio na organização social e cosmológica do povo indígena Chiquitano que vive no Brasil, falantes da língua isolada chiquitana e do português. Analiso as regras do compadrio, a noção do respeito e a diferença entre parentes e compadres.
Paper long abstract:
O povo indígena chiquitano é oriundo da Missão Jesuítica de Chiquitos, que entre os anos de 1691 e 1754, reuniu etnias com mais de 50 línguas diferentes, em 10 aldeamentos na região do Oriente Boliviano. Atualmente, uma parte vive na Bolívia, no departamento de Santa Cruz e ocupa as províncias de Nuflo de Chaves, Velasco, Chiquitos e Sandoval. Outra parte vive no Brasil, ao Sudoeste do Estado de Mato Grosso; a maioria fala português, embora utilize o espanhol nas práticas rituais. O compadrio, que ocupa posição privilegiada na organização social e cosmológica é uma dessas práticas; não depende do batismo cristão, podendo ocorrer em diferentes contextos e por meio de acordos entre as partes interessadas. Há diferentes tipos de compadrio para diferentes tipos de relações. A principal regra é o respeito mútuo, já que compadres não podem brigar entre si, pois tal desobediência resultaria no desvio da alma do morto a caminho do céu. E, igualmente, entre compadres e comadres é negada a relação amorosa, já que por meio do compadrio, ocorreria a consanguinização das relações. O compadrio entre os Chiquitano parece indicar a fabricação da alteridade, a produção do parentesco e a interdição do incesto
Paper short abstract:
Ao percorrer o discurso imagético e documental de cinco postos indígenas, localizados em Mato Grosso (1910-1945), revelam-se participações e ações dos índios nesses espaços “criados” pelo Serviço de Proteção aos Índios (SPI) para os povos indígenas.
Paper long abstract:
Esta comunicação, fruto de tese de doutorado, lança luz às participações e ações dos índios dentro dos postos indígenas, criados pelo Serviço de Proteção aos Índios (SPI) - política estatal brasileira de "colonização interna", nos termos de Cardoso de Oliveira (1978), "missionária" e assistencial. A reflexão parte de três coleções fotográficas produzidas pela Seção de Estudos (S.E.) do SPI em cinco Postos Indígenas, localizados no Mato Grosso (Brasil), nos anos de 1942 e 1943. A partir de métodos e investigações nos campos da Antropologia, Fotografia e História, analisamos imagens que foram produzidas pela equipe de Foto-Cinematografia da S.E., tendo como suporte a documentação administrativa do SPI, no período de 1910 e 1945, referente aos postos indígenas identificados nas referidas imagens. A saber: PIN São Lourenço, PIN Córrego Grande, PIN Cachoeirinha, PIN Taunay e PIA Simões Lopes. O exercício buscou observar, interrogar, refletir, especular e problematizar as cenas impressas a partir do movimento ambíguo da fotografia, que está para além da objetificação - premente, absoluta - em que ela foi concebida e utilizada nesses contextos. As coleções aqui estudadas foram produzidas a partir dessa compreensão de fotografia, no entanto, fez-se a prática de partir do "índio objetificado" e, na contramão desse percurso e discurso, lançar luz sobre o que para nós, enxergamos como "fraturas" (Edwards, 2001) nos revelando os Bororo, os Bakairi, ou os Terena, enquanto agentes do seu processo histórico. Através dessa documentação, imagens e palavras se complementam e compõem uma narrativa importante da História dos Índios nas primeiras décadas do século XX.
Paper short abstract:
Este trabajo busca hacer un aporte al estudio de cómo los pueblos cazadores - recolectores actuales se incorporan política y económicamente a las sociedades nacionales y cómo, en este proceso, hacen evidentes formas específicas de territorialidad, reciprocidad y propiedad.
Paper long abstract:
A partir de un ejemplo etnográfico concreto, el del pueblo indígena pumé (estado Apure, Venezuela) este trabajo busca hacer un aporte al estudio de cómo los pueblos cazadores - recolectores actuales se incorporan política y económicamente a las sociedades nacionales y en las relaciones globales y cómo, en este proceso, hacen evidentes formas específicas de territorialidad, reciprocidad y propiedad que pueden resultar innovadoras o, al menos, ofrecer elementos de pensamiento y de debate. Se trata de un proceso que tiene unos antecedentes históricos en momentos claves desde la Colonia hasta nuestros días. Para caracterizar correctamente estos ámbitos - territorio, reciprocidad y propiedad - se dará especial relevancia a las narraciones indígenas que han podido ser recopiladas a lo largo de un período de investigación que cubre casi veinte años (1989-2008) , donde hablando sobre su historia y sobre el cambio, los pumé ofrecen una reflexión especialmente focalizada en las transformaciones de sus relaciones a la tierra, los conflictos que ello implica y sus perspectivas para el futuro.