Click the star to add/remove an item to/from your individual schedule.
You need to be logged in to avail of this functionality.
Log in
- Convenors:
-
Joana Roque de Pinho
(ISCTE-Instituto Universitario de LIsboa)
Catarina Casanova (ISCSP/UTL)
- Location:
- Sala 3, Ciências Veterinárias (Map 30)
- Start time:
- 11 September, 2013 at
Time zone: Europe/Lisbon
- Session slots:
- 3
Short Abstract:
O painel explora ligações entre a antropologia e a conservação da biodiversidade. Especificamente, explora questões relacionadas com diversos valores da biodiversidade para diferentes comunidades e os efeitos locais de discursos e práticas conservacionistas globais.
Long Abstract:
A conservação da biodiversidade têm marcado presença na antropologia através de estudos sobre, por exemplo, i) representações dos recursos naturais e problemas ambientais (e.g. alterações climáticas), ii) conhecimento local e utilização dos recursos naturais, iii) práticas conservacionistas locais, iv) impactos sociais da conservação, v) discursos ambientalistas, vi) valores da biodiversidade, e viii) relações entre religião e biodiversidade, entre outros.
Neste painel exploramos as diferenças entre narrativas locais e globais sobre a natureza. Muitas narrativas ambientalistas de origem ocidental reflectem práticas conservacionistas que têm incluido abordagens proteccionistas (e.g., restrição do acesso aos recursos naturais através de áreas protegidas), e mais recentemente abordagens que promovem a gestão dos recursos naturais por comunidades locais. Estas ultimas assentam parcialmente na suposta necessidade de valorização económica da biodiversidade por parte das comunidades (e.g. ecoturismo; bioprospecção; serviços dos ecossistemas), como condição para o desenvolvimento de atitudes conservacionistas.
Até que ponto estas abordagens contribuem para uma mercantilização da natureza e afectam valores não económicos da natureza? Até que ponto esses efeitos se podem revelar negativos? Estas são algumas perguntas que o painel pretende explorar. O painel promove a discussão de questões relacionadas com os valores económicos e não económicos da biodiversidade, dos efeitos locais de discursos e práticas conservacionistas globais, e da aplicação da antropologia à ciência da conservação.
Accepted papers:
Session 1Paper short abstract:
As human population rises and globalization disrupts local and more traditional communities, the fate of biodiversity seems condemned.
Paper long abstract:
The world's natural forests, whose rich ecosystems support wildlife and human populations, are declining and facing unprecedented changes. As human population rises and globalization disrupts local and more traditional communities around the planet, the fate of biodiversity fate seems condemned. It is people's behaviour and the economic and political factors (ethnosphere) who will determine the survival of wildlife and forests. Perceptions and attitudes towards nature are also culturally constructed. It is important to know these perceptions so that, if necessary, change may be through environmental and conservation actions. We assessed how local communities living inside the Cantanhez Forest National Park (hereafter CFNP) in Guinea-Bissau Republic (hereafter GB) perceived their faunal and floral environment. We provide a background context of GB and our study site. During data collection we used both qualitative and quantitative methods. Survey questionnaires and interviews were conducted. Regarding the way individuals perceive animals, we found that their aesthetical values of animals overlap survival/economic concerns being the most beautiful animals (e.g. gazelle) simultaneously the most edible. Chimpanzees are considered to be ugly, non-edible and are seen as the non human most similar to humans. Many respondents still can not conceive the notion of extinction (of forests and wildlife). Reasons for this will be discussed and final remarks presented.
Paper short abstract:
A study on perceptions towards reintroduction of a wild predator in a coservation area in Portugal, local ecological knowledge and appropriation of nature. Representations of the species are explored, discourses and practices compared.
Paper long abstract:
The Iberian Lynx is one of the last predators which still coexist with humans in Europe. Its status as the most threatened felid in the world transformed it into an emblematic species that has become a symbol of nature conservation efforts. Reintroduction in Portugal is foreseen for the coming years and an ethnological study on one of the potential areas of occurrence is ongoing. The research will explore local perceptions on the return of the species and also the local knowledge on predators, roles and uses of these species in the context of economic practices and appropriation of Nature. Semi-structured interviews and observant participation have been done in the Nature 2000 site Moura Barrancos. Empirical categorization of fauna has been collected. Preliminary results will be discussed in an interdisciplinary context of application to conservation projects for the species.
Analysis of personal interviews from 1995 about lynx records gathered data about 28 kills and 20 direct sightings.The species was rare and known by the local denomination of liberne. Dead animals were used as trophies and also cooked for special meals (n=15). This unknown practice of consuming lynx might be as old as 5000 BC, as a Portuguese archaeological finding revealed fire and cut marks on a lynx humerus.
Insights into the cultural dimensions of lynx and relationships between humans and wildlife can support conservation and management decisions. The study aims to contribute to a participatory process and improve the communication between administration and people who share territories with predators.
Paper short abstract:
Uma análise etnográfica das disputas e discursos em relação às adaptações do manejo dos búfalos e do meio ambiente na Reserva Biológica do Lago Piratuba.
Paper long abstract:
Esta pesquisa enfoca a criação de búfalos e as práticas dos vaqueiros no interior da Reserva Biológica do Lago Piratuba no estado do Amapá, Brasil. A bubalinocultura nas fazendas ao longo das margens do Rio Araguari é marcada por características que modificam profundamente o terreno e a flora locais, em muito pela ação de desmatamento para estabelecer pastos e pela relativa autonomia do gado para se deslocar de acordo com mudanças climáticas e hídricas. A classificação da região como Reserva Biológica interdita tanto a presença humana quanto a de espécies exógenas. Não obstante, a criação de bubalinos foi iniciada na região anteriormente à classificação da área como uma Reserva e se expandiu de forma notável ao longo das últimas décadas. Assinado em 2010 entre o ICMBio e proprietários de fazendas localizadas no interior da Reserva, um Termo de Compromisso estabelece a construção de cercas para conter o rebanho com o objetivo de evitar o avanço dos animais no interior da Reserva. Igualmente, o documento prevê a mudança de certas práticas usuais de trato com o meio, tais como as queimadas e o desmatamento para a criação de pastagens. Tal "adequação" envolve constantes disputas e demandas tanto por parte dos criadores de búfalos quanto dos ambientalistas, seja em níveis oficiais/legais, seja nas práticas cotidianas desses agentes. Assim, apresento uma análise etnográfica das disputas e discursos em relação às adaptações do manejo dos búfalos e do meio ambiente na Reserva Biológica do Lago Piratuba.
Paper short abstract:
Esta comunicação pretende analisar os conceitos de desenvolvimento sustentável e participante, a partir dos discursos e práticas dos agentes sociais envolvidos nos projetos de desenvolvimento da Reserva Nacional do Gilé (Moçambique), que se inserem nas abordagens de gestão comunitária dos recursos naturais
Paper long abstract:
Os inúmeros fracassos dos projectos de desenvolvimento centrados nas políticas nacionais dos países em desenvolvimento e nas intervenções externas, comummente denominadas como abordagens top-down, produziram na década de 80, uma viragem por parte dos políticos e profissionais, que começaram a integrar nos projectos as comunidades locais (perspectiva bottom-up).
A gestão comunitária de recursos naturais insere-se nesta mudança de paradigma, que desde então, tem sido adoptada por uma variedade de projectos nos países em desenvolvimento. Não obstante, nos últimos anos têm surgido algumas críticas, ou pela falta de participação das comunidades locais ou mesmo pelos resultados ecológicos negativos, levando a que muitos autores, que se debruçam sobre este tema, tenham diferentes visões acerca dos sucessos e fracassos destas abordagens.
Esta comunicação pretende apresentar um estudo de caso realizado em 2010 na Reserva Nacional do Gilé, situada na província da Zambézia em Moçambique, na qual foi realizado um trabalho de campo etnográfico na zona tampão desta Reserva e onde se tentou analisar dois projectos (da ONG italiana COSV e da fundação francesa IGF) que se enquadram nas abordagens de gestão comunitária de recursos naturais e os efeitos que estes geraram dentro e entre as comunidades locais, como também, de outros agentes sociais envolvidos. Em simultâneo o estudo pretende desconstruir os conceitos de desenvolvimento sustentável e participativo, que estão intrinsecamente ligados a estas novas abordagens e que são "usados" nos projetos da Reserva Nacional do Gilé em toda a sua complexidade.
Paper short abstract:
O Parque Nacional da Gorongosa assume-se como estudo de caso privilegiado para, entendendo o património como uma construção social, analisar o potencial desse conceito enquanto ferramenta para a conservação da natureza e para o desenvolvimento.
Paper long abstract:
A abundância e diversidade da vida selvagem da Gorongosa, em Moçambique, foi alvo de atenção internacional até à eclosão da Guerra Colonial. Relatos de exploradores do final do século XIX elogiam-lhe a imponência, caçadores de meados do século XX chamam-lhe paraíso, e em 1960 uma parte do seu território é declarada parque nacional. Este cenário muda radicalmente depois de cerca de 20 anos de guerra - a Colonial e a Civil, que se lhe seguiu -, e em 1994 o Parque Nacional da Gorongosa tem menos 95% de vida selvagem. Num país em reconstrução, só volta a ter projecção internacional quando é eleito como projecto de vida por um filantropo americano que, em 2008, chega a um acordo de co-gestão com o governo moçambicano para o recuperar, tendo como igual objectivo o desenvolvimento das comunidades locais.
Será então traçada a biografia cultural do Parque Nacional da Gorongosa no sentido de analisar a forma como este foi sendo construído enquanto património natural ao longo dos tempos, não só com base em documentos de arquivo, mas também em cinco meses de trabalho de campo. Esta abordagem pretende explorar a complexidade das múltiplas dimensões sociais inerentes aos processos de patrimonialização, de forma a reflectir sobre o potencial do conceito de património como instrumento para a conservação da natureza e para o desenvolvimento. Nesta análise é dada especial atenção a questões de pertença, conflitos políticos, atribuição de valor e mercantilização da natureza.
Palavras-chave: patrimonialização, conservação da natureza, desenvolvimento, mercantilização.
Paper short abstract:
A questão ambiental é tema para o qual a antropologia é uma das ciências sociais mais bem situadas na tarefa hermenêutica (Foladori e Taks, 2004). Proponho aqui um estudo antropológico sobre a economia verde, principal tópico dos debates da Rio+20, transcorrida em 2012 no Rio de Janeiro, Brasil.
Paper long abstract:
A questão ambiental tomou um lugar proeminente na contemporaneidade e é tema para o qual, como sugerem Foladori e Taks (2004) , a antropologia é uma das ciências sociais mais bem situadas na tarefa hermenêutica. Neste trabalho, cuja pesquisa está em andamento, abordarei os caminhos metodológicos que venho construindo e alguns resultados parciais de minha investigação sobre a economia verde, principal tópico que esteve no centro dos debates e das disputas da Rio+20, Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, transcorrida em meados do ano passado no Rio de Janeiro. Para o economista indiano Pavan Sukhdev, líder do Programa TEEB (The Economics of Ecosystems and Biodiversity), ator destacado da economia verde e, por vezes, denominado de "guru da biodiversidade", a necessidade de mensuração do "valor natural" é central: em sua perspectiva, é fundamental retirar a "invisibilidade econômica da natureza", a fim de agir na conservação da biodiversidade. Já para os críticos da economia verde, ela significa a mercantilização da natureza, transformando direitos em mercadorias. Temos basicamente duas lógicas subjacentes à economia verde e aos seus opositores: uma delas, parte do princípio de que a economia e o ambiente são compatíveis e podem cooperar, enquanto a outra percebe que entre os interesses econômicos e os interesses ambientais há incompatibilidade, sendo que um se contrapõe ao outro.
Apoio: Capes
Paper short abstract:
A comunicação aborda empiricamente a relação entre ecoturismo, conservação da biodiversidade e sustentabilidade económica e sociocultural das comunidades de acolhimento, com referência ao caso da Observação Turística de Cetáceos numa comunidade açoriana previamente engajada com a caça à baleia.
Paper long abstract:
A observação de cetáceos é uma das indústrias do turismo em mais rápido crescimento em todo o mundo, muitas vezes vista como uma estratégia não-destrutiva, para benefício da biodiversidade e das comunidades costeiras, em alternativa e incompatível com a caça à baleia. Entretanto, há pouca informação empírica sobre como as coisas realmente funcionam ao nível da comunidade de acolhimento.
Com base na literatura de pesquisa e no meu próprio trabalho de campo etnográfico em 2011, esta comunicação propõe-se preencher uma lacuna de conhecimento neste domínio, mediante o exame de um contexto açoriano onde o turismo trouxe uma re-mercadorização da baleia para a comunidade (observação da vida selvagem, em contraponto ao seu arpoamento) nos últimos 20 anos.
O estudo aborda as quatro principais implicações desta mudança para a comunidade: governança de recursos marítimos comuns; contributo do turismo para a sustentabilidade económica; identidade cultural; e relações sociais.
O argumento é que a Observação Turística de Cetáceos (OTC), tal como qualquer outra forma de ecoturismo com base comunitária (CBET), não é uma panaceia que sempre promove a conservação da biodiversidade e a sustentabilidade económica e sociocultural das comunidades de acolhimento como alguns autores e organizações ambientais não-governamentais poderiam fazer crer. Não só as práticas de observação turística de cetáceos não são universalmente inócuas para as espécies-alvo, como também o turismo pode dar um fraco contributo para a sustentabilidade económica da comunidade e desencadear múltiplos outros efeitos sociais, alguns dos quais com aspetos negativos. O conhecimento antropológico deve ser mobilizado para o debate global nesta matéria.
Paper short abstract:
Analizamos los factores que han provocado la oposición de determinados colectivos locales a las políticas de protección ambiental. Estudiamos la figura del Parque Natural y su repercusión socio-ambiental en dos territorios: Sierra de Calderona (País Valencià) y en Los Alcornocales (Andalucía).
Paper long abstract:
En estas páginas se concretan los principales factores que han provocado la oposición de determinados colectivos locales a las políticas de protección ambiental desarrolladas en el País Valencià y Andalucía de forma comparativa. Para ello se define la importancia de la figura del Parque Natural (PN) y su repercusión socio-ambiental en dos en territorios concretos: en el PN de la Sierra de Calderona (País Valencià) y en el PN de Los Alcornocales (Andalucía). Nuestra propuesta parte de analizar las principales herramientas de gestión diseñadas para el gobierno de los espacios naturales -Planes de Ordenación de los Recursos Naturales (PORN) y Planes Generales de Usos y Gestión (PGOU)- y sus implicaciones a la hora de entender los usos, recursos y aprovechamientos del territorio. En los dos casos estudiados es posible observar cómo las nuevas políticas conservacionistas implican una práctica jerárquica donde el conocimiento técnico-científico desplaza, de forma legítima, a los conocimientos locales. En este sentido, en esta comunicación, se identifican los principales elementos que, desde percepciones locales diversas y en nacionalidades diferentes del estado español, discuten estas políticas de protección en el marco de nuevos o antiguos usos de los territorios. En cualquier caso, tras esta exploración se podrá observar cómo se dibuja e impone un modelo de conservación que puede ser definido, desde nuestro punto de vista, como neoliberal. Las tensiones, resistencias y conflictos surgidos tras la declaración de los parques expresan el rechazo de los colectivos locales a las nuevas formas de apropiación, reales y discursivas, que tienen consecuencias directas sobre la identidad y el territorio.
Paper short abstract:
Reflexão teórica sobre as diferentes práticas de conhecimentos no campo da conservação da agrobiodiversidade, colocando-os em relação olhando para pontos em comum e dissonâncias entre as redes constituídas. Apresentamos caminhos de uma pesquisa etnográfica junto com os Pataxó na Bahia (Brasil).
Paper long abstract:
A crescente preocupação com a perda e homogeneização da agrobiodiversidade e dos conhecimentos e práticas das populações locais colocou em evidência o tema da conservação dos recursos genéticos vegetais. Tal temática passou a se constituir como uma preocupação gerando ações voltadas à manutenção da variação genética (ex situ, in situ e, on farm).
Neste cenário predominam duas visões gerais sobre as plantas cultivadas: por um lado, são abordadas como objeto biológico (recursos genéticos), onde a diversificação se dá por seleção natural (ou artificial) e adaptação. Por outro lado, tais objetos biológicos seriam vistos como constructos culturais da ação humana, destacando o papel relevante dos conhecimentos e práticas agrícolas. Entendemos que, nestas abordagens, internamente heterogêneas, prevalece uma constituição naturalista dual entre os domínios ontológicos da natureza e da cultura, que segundo Bruno Latour, singulariza, em última instância, a modernidade.
Buscaremos fazer uma reflexão teórica sobre o conceito de agrobiodiversidade como tratado na literatura e em ações de conservação junto a povos indígenas e tradicionais, utilizando-o como um “conceito rede” que nos permite proceder uma análise que trate da problemática da dicotomia entre natureza e cultura nestas abordagens. Posteriormente, buscaremos evidenciar alternativas a esta ontologia naturalista e as possibilidades de interculturalidade, a partir dos trabalhos de autores que influenciaram a etnologia indígena americanista e/ou nas etnografias sobre pessoas e plantas em geral, para, por fim, expor a potencialidade teórica-metodológica destas alternativas na confecção de uma pesquisa situada na interface antropologia/ecologia sobre conhecimentos e diversidade de plantas cultivadas junto aos Pataxó do sul da Bahia.
Paper short abstract:
No presente trabalho abordo dois programas de conservação de espécies animais ameaçadas, o muriqui-do-norte (Brachyteles hypoxanthus) e o lince-ibérico (Lynx pardinus), no Brasil e na Europa respectivamente, situando-os no que vem sendo chamado de “virada animalista” na teoria antropológica.
Paper long abstract:
A passagem do século XX para o XXI reservou para a história natural um panorama ambíguo: se, por um lado, acentuou-se o processo de degradação de ecossistemas e a consequente ameaça à preservação de diversas espécies animais e vegetais no hemisfério sul, por outro lado, no mesmo período obtiveram-se avanços consideráveis na legislação ambientalista e na mobilização da opinião pública em torno do tema. Sendo verdade ainda que, estes avanços foram melhor consolidados no Velho Mundo em virtude da expansão das fronteiras extrativistas e agrícolas em direção ao Sul global. A consequente mobilização de esforços por meio de ONGs e entidades de fomento à pesquisa científica resultaram em experiências bem sucedidas de manejo e preservação de espécies ameaçadas de extinção. No presente trabalho pretendo avaliar dois programas de conservação de espécies animais ameaçadas, o muriqui-do-norte (Brachyteles hypoxanthus) e o lince-ibérico (Lynx pardinus), no Brasil e na Europa respectivamente. Se para a antropologia a passagem da natureza para a cultura definiria a humanidade (ou pelo menos certo humanismo), o que verificamos nesses casos dá conta de um redirecionamento da cultura em direção à natureza, o que caracteriza determinada perspectiva animalista. Desta forma, pretendo analisar algumas consequências do "retorno" dessas espécies: voltam os animais, voltam também os mitos, as narrativas, as imagens e as relações mediadas com o ambiente antrópico.