Click the star to add/remove an item to/from your individual schedule.
You need to be logged in to avail of this functionality.

Accepted Paper:

Ecoturismo, Conservação da Biodiversidade e Sustentabilidade Comunitária: O Caso da Observação Turística de Cetáceos nas Lajes do Pico, Açores  
Luís Silva (Centre for Research in Anthropology (CRIA NOVA FCSH))

Paper short abstract:

A comunicação aborda empiricamente a relação entre ecoturismo, conservação da biodiversidade e sustentabilidade económica e sociocultural das comunidades de acolhimento, com referência ao caso da Observação Turística de Cetáceos numa comunidade açoriana previamente engajada com a caça à baleia.

Paper long abstract:

A observação de cetáceos é uma das indústrias do turismo em mais rápido crescimento em todo o mundo, muitas vezes vista como uma estratégia não-destrutiva, para benefício da biodiversidade e das comunidades costeiras, em alternativa e incompatível com a caça à baleia. Entretanto, há pouca informação empírica sobre como as coisas realmente funcionam ao nível da comunidade de acolhimento.

Com base na literatura de pesquisa e no meu próprio trabalho de campo etnográfico em 2011, esta comunicação propõe-se preencher uma lacuna de conhecimento neste domínio, mediante o exame de um contexto açoriano onde o turismo trouxe uma re-mercadorização da baleia para a comunidade (observação da vida selvagem, em contraponto ao seu arpoamento) nos últimos 20 anos.

O estudo aborda as quatro principais implicações desta mudança para a comunidade: governança de recursos marítimos comuns; contributo do turismo para a sustentabilidade económica; identidade cultural; e relações sociais.

O argumento é que a Observação Turística de Cetáceos (OTC), tal como qualquer outra forma de ecoturismo com base comunitária (CBET), não é uma panaceia que sempre promove a conservação da biodiversidade e a sustentabilidade económica e sociocultural das comunidades de acolhimento como alguns autores e organizações ambientais não-governamentais poderiam fazer crer. Não só as práticas de observação turística de cetáceos não são universalmente inócuas para as espécies-alvo, como também o turismo pode dar um fraco contributo para a sustentabilidade económica da comunidade e desencadear múltiplos outros efeitos sociais, alguns dos quais com aspetos negativos. O conhecimento antropológico deve ser mobilizado para o debate global nesta matéria.

Panel P31
Antropologia aplicada a conservação da biodiversidade: entre práticas, valores e narrativas (PT/EN/ES)
  Session 1