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- Convenors:
-
José Ignacio Monteagudo Robledo
(Universidad Nacional de Educación a Distancia)
Manuel González de Ávila (University of Salamanca)
Andréa Pavão (Universidade Federal Fluminense de Angra dos Reis)
- Location:
- Sala 3, P 2 (Map 26)
- Start time:
- 9 September, 2013 at
Time zone: Europe/Lisbon
- Session slots:
- 3
Short Abstract:
O objetivo deste painel é a reflexão sobre os limites e possibilidades das experiências interdisciplinares que envolvem os conhecimentos antropológicos e têm, como público alvo, tanto antropólogos quanto pesquisadores de outros domínios científicos.
Long Abstract:
A cultura como conceito em processo de permanente revisão, a prevalência das abordagens micro sociais, o trabalho de campo como metodologia privilegiada, o fascínio pela diversidade e pela alteridade, a crítica ao etnocentrismo e o sedutor discurso do relativismo cultural, entre outros aspectos que delimitam os contornos identitários do campo antropológico, têm influenciado notadamente a pesquisa da maioria das disciplinas acadêmicas voltadas para as relações entre o homem e a sociedade. Em meio a esta efervescência interdisciplinar, acreditamos que caberia um recuo crítico para a reflexão sobre o rendimento destas experiências. A interdisciplinaridade tornou-se praticamente obrigatória apesar da dificuldade de avaliação do rigor científico de seus resultados. E, assim como campos disciplinares diversos se apropriam do constructo antropológico, também a prática antropológica -seja no plano da pesquisa empírica, seja no amplo espectro da aplicação teórica de seus conceitos - não é mais possível senão em diálogo com outras tradições disciplinares. O presente painel se apresenta como um espaço de troca entre antropólogos que atuam em campos fronteiriços e pesquisadores de outras áreas que trabalham com antropologia, ou com abordagens antropológicas ou de tipo etnográfico. O objetivo geral deste painel é justamente discutir os limites e possibilidades destas múltiplas apropriações interdisciplinares que envolvem os conhecimentos antropológicos.
Accepted papers:
Session 1Paper short abstract:
La antropología ocupa el centro del dispositivo epistemológico de las que en esta comunicación se propone denominar "ciencias sociohumanas" con el objetivo de superar la tradicional escisión entre la lógica de las humanidades y la de las ciencias sociales.
Paper long abstract:
Esta comunicación propone el término ciencias sociohumanas para combatir la convencional oposición que suele establecerse entre las humanidades y las ciencias sociales, y para rebatir tanto el reproche de inconsistencia pronunciado por las ciencias sociales contra las humanidades como la supuesta insensibilidad ante los valores culturales denunciada por las humanidades contra las ciencias sociales.
La antropología, en particular, ocupa el centro del dispositivo epistemológico de dichas ciencias sociohumanas, puesto que en las últimas décadas ha colaborado intensamente con las humanidades y se ha dejado a la vez influir por ellas. Baste para demostrarlo con recordar tres objetos de estudio estrechamente relacionados entre sí y que los antropólogos comparten con los profesionales de la filosofía, el arte o la literatura: el cuerpo significante, la iconicidad y la mimesis. La antropología que interesa a las humanidades es una ciencia de la cultura atenta al valor de los símbolos, a su eficacia propia, a su inserción en las prácticas sociales y a sus dimensiones históricas y políticas. Una ciencia que, en el plano metodológico, aspira al rigor del análisis, y no solo a las facilidades de la interpretación; y, en el epistemológico, a la autorreflexión objetivante.
Paper short abstract:
O objetivo geral desta comunicação é analisar o paradoxo entre estas duas tradições: enquanto a antropologia tem, como princípio, compreender o outro em seus próprios termos, a prática educativa, ao contrário, tem como fim transformar o outro. Os processos formativos podem prescindir deste axioma?
Paper long abstract:
Se tomarmos a definição clássica de campo epistemológico, que se caracteriza por um objeto e metodologia particulares de investigação, podemos argumentar que a educação não constitui uma ciência, mas, antes, uma prática social. Desta forma, o campo educacional vai se construindo a partir de apropriações de conhecimentos produzidos por outras ciências. Estas apropriações, no entanto, nem sempre são pertinentes, uma vez que tais conhecimentos foram gerados em outros âmbitos e motivados por indagações muitas vezes estrangeiras ao campo pedagógico. A partir dos finais dos anos 1950, em especial nas experiências renovadoras junto à Educação de Jovens e Adultos, a educação brasileira importou alguns dos conceitos do campo antropológico, como o conceito de cultura, o relativismo cultural e a crítica ao etnocentrismo. Nos anos 1970, a pesquisa em educação no Brasil se apropria dos métodos qualitativos, em especial, as "pesquisas de tipo etnográfico", que se tornam hegemônicos. O objetivo geral desta comunicação é discutir os limites e possibilidades destas apropriações interdisciplinares que envolvem os conhecimentos antropológicos por parte da educação, no Brasil. Procuraremos nos deter, com especial interesse, no paradoxo que há entre estas duas tradições disciplinares: enquanto a antropologia, como campo epistemológico, em sentido estrito, tem como princípio, compreender o outro em seus próprios termos, a prática educativa, ao contrário, tem como fim transformar o outro. Argumentamos que, se a educação abandona este princípio, afasta-se de sua função social primordial e, não sendo uma ciência, deixa também de ser prática, reduzindo-se à mera experiência de sociabilidade, esvaziada de sentido político.
Paper short abstract:
La determinación del contexto de la comunicación escrita es concebida de diferente manera por la antropología y la lingüística. La combinación de ambos enfoques en el estudio de la correspondencia puede poner de relieve los límites y posibilidades del estudio interdisciplinar en este campo.
Paper long abstract:
El papel de la antropología en los estudios de la cultura escrita es, cuando menos, problemático. Si definimos como su objeto las prácticas sociales de lectura y escritura, debemos atender tanto a sus productos materiales como a los distintos actores implicados en su producción y sus usos. Partiendo de que la interpretación de los textos depende de los contextos, para determinar estos se plantea el problema del encaje disciplinar entre la antropología y las teorías lingüísticas como la pragmática y el análisis del discurso.
En los inicios del estudio de un conjunto de cartas entre familiares alejados por la emigración transoceánica hemos podido establecer la hipótesis de que el intercambio epistolar instaura un tipo de relaciones caracterizadas por la autoconstrucción, mediante la escritura, de identidades personales y grupales, al tiempo que se establecen vínculos afectivos característicos.
Así, mientras la lingüística ofrece, a priori, las mejores herramientas para abordar el estudio de las cartas, incluyendo no solo las cadenas de enunciados sino también su contexto en cuanto actos comunicativos, la antropología permite contemplar su intercambio como hecho social, cuestionado desde su bagaje teórico y observable etnográficamente. La combinación de ambos enfoques puede poner de relieve los límites y posibilidades del estudio interdisciplinar en este campo.
Paper short abstract:
Reflexão sobre diálogos interdisciplinares através de um exame às proximidades e afastamentos de escopos disciplinares, de abordagens metodológicas e de quadros concetuais manuseados pela arquitetura e pela antropologia no estudo da arquitetura popular em Portugal, a partir de meados do século XX.
Paper long abstract:
Os diálogos entre arquitetura e antropologia em Portugal passaram pela convergência de um interesse pela arquitetura popular ao longo do século XX, de que resultaram levantamentos e publicações por arquitetos e por antropólogos.
Estes materiais revelam aproximações e afastamentos que podem ser medidos em dois tempos da sua produção. Num primeiro tempo (anos 50/60), trata-se um diálogo implícito entre a tematização da arquitetura como tecnologia de produção pela antropologia, e a leitura do popular como herança e ensinamento técnico, formal e cultural para os arquitetos. Num segundo tempo (anos 80/90), o diálogo é mais explícito, com a antropologia a considerar representações específicas da arquitetura nas formas de espacialização das práticas sociais, e arquitetura a adotar abordagens metodológicas e conceitos da antropologia como validação científica. No conjunto, antropologia e arquitetura constituíram a arquitetura popular objeto de interesse disciplinar e repensaram a sua categorização, primeiro, num quadro marcado pelas distinções entre rural e urbano, tradicional e moderno; depois aceitando as influências e implicações mútuas entre os universos do popular e do erudito.
Nesta comunicação pretende-se examinar como: (1) versando sobre um tema comum, optando por abordagens metodológicas similares e construindo conceções de arquitetura popular afins, arquitetura e antropologia produziram, ainda assim, leituras distintas sobre o objeto em estudo; e (2) compreender os movimentos de aproximação e distanciamento entre as duas disciplinas no quadro das exigências e limites de campos de ação específicos, cuja autonomia lhes garante identidade e continuidade científica.
Paper short abstract:
A presente comunicação trata sobre o diálogo de alguns procedimentos e métodos da antropologia fílmica na prática antropológica. Para isso tomarei como base empírica o ritual do Exú do Omolokô em Juiz de Fora/MG.
Paper long abstract:
A presente comunicação trata sobre o diálogo de alguns procedimentos e métodos da antropologia fílmica na prática antropológica, notadamente em relação ao rito, o qual a imagem animada apreende de maneira mais direta e fluída. Para isso tomarei como base empírica o ritual do Exú do Omolokô em Juiz de Fora/MG. Nesse percurso, enquanto antropólogo-cineasta tentarei explicitar a relação entre processo observado filmado e o informante, conjugando duas importantes grades epistemológicas: a observação diferida, de Claudine de France, e a interpretação sob o ponto de vista dos nativos, de Clifford Geertz. Finalmente, baseado nessa experiência, levantarei algumas observações a respeito do uso das aproximações metodológicas da antropologia fílmica na prática antropológica, entre o cinema e antropologia
Paper short abstract:
Ao estabelecer nexos entre percepção, pensamento e modo de conhecer das ciências sociais em relação à educação apresento neste ensaio as primeiras aproximações oriundas das semi-imersões no cotidiano de professores e estudantes pelos mares da baía da Ilha Grande a partir de um olhar fotoetnográfico.
Paper long abstract:
Um dos aspectos exóticos da educação no município de Angra dos Reis diz respeito à travessia de barco feita por professores e estudantes que saem todos os dias do continente rumo às escolas da Ilha Grande. Que interpretação emergiria dessa experiência cotidiana quando capturada pelo olhar antropológico? Ou a partir de um olhar fotoetnográfico? Uma das perspectivas do conhecimento nos termos de uma epistemologia do trabalho de campo em antropologia se constitui a partir do olhar, do ouvir e do escrever. Decerto que se o olhar e o ouvir estão para a percepção, o escrever está para o pensamento, o que significa conceber a investigação empírica dividida em duas etapas onde a primeira seria o próprio trabalho de campo ou atividade in loco e a segunda corresponderia à escrita à distância dos fatos observados ou o plano do discurso. Nos trabalhos de campo realizados atualmente como professor da Universidade Federal Fluminense a fotografia, concebida como representação da realidade, suporte às anotações do diário de bordo e instrumento de construção de uma narrativa visual, é utilizada como recurso etnográfico de percepção da cultura observada. Este texto objetiva estabelecer nexos entre percepção, pensamento e o modo de conhecer das ciências sociais em relação à educação destacando a função do olhar e da fotografia no processo de observação da realidade. Nadando a favor da corrente das experiências da cultura ilhéu este ensaio fotoetnográfico reúne as primeiras aproximações oriundas das semi-imersões no cotidiano de professores e estudantes pelos mares da baía da Ilha Grande.
Paper short abstract:
A proposta desta comunicação é trazer reflexões de uma etnografia em construção e buscar contribuições acerca das possibilidades investigativas sobre o corpo enquanto processo e produto, articulando identidade, a noção de self e agencialidade, em um health club.
Paper long abstract:
Esta comunicação propõe partilhar inquietações de uma etnografia em construção - a partir de uma perspectiva interdisciplinar - e buscar contribuições sobre possibilidades investigativas. O trabalho de campo é em um health club onde trabalhei como personal trainer por três anos, e pretendo investigar o corpo interligado às diversas categorias analíticas e instâncias culturais, como a mercadorização da beleza, a estereotipia de gênero e o conflito entre o domínio público e privado; igualmente pretendo desvelar a construção identitária estruturada a partir de um corpo ele próprio imbuído de agencialidade (Giddens, 2002; Czordas, 1994; Farnell, 1999). A economia simbólica em torno do espaço/atividade do health club e que contribui para o processo identitário é retratada a partir da realidade dos seus profissionais e utentes, objetivando desvelar a incorporação e o habitus destes agentes. Observar o corpo como processo e produto, não somente de "fora para dentro", mas também de "dentro para fora" - ou seja, articular o processo identitário neste fluxo interior / exterior - supõe uma etnografia em micro-escala do gesto, que pretendo retratar a partir de teorias do controle motor utilizadas na educação física, e das concepções do self oriundas das ciências cognitivas (Gallagher, 2005); Schimdt (2000). Além deste desafio metodológico, o ajuste "mesoscópico" que procura equilibrar a dimensão êmica e ética é outra questão igualmente estimulante.