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Accepted Paper:

Antropologia e Educação no Brasil: apropriações e paradoxos  
Andréa Pavão (Universidade Federal Fluminense de Angra dos Reis)

Paper short abstract:

O objetivo geral desta comunicação é analisar o paradoxo entre estas duas tradições: enquanto a antropologia tem, como princípio, compreender o outro em seus próprios termos, a prática educativa, ao contrário, tem como fim transformar o outro. Os processos formativos podem prescindir deste axioma?

Paper long abstract:

Se tomarmos a definição clássica de campo epistemológico, que se caracteriza por um objeto e metodologia particulares de investigação, podemos argumentar que a educação não constitui uma ciência, mas, antes, uma prática social. Desta forma, o campo educacional vai se construindo a partir de apropriações de conhecimentos produzidos por outras ciências. Estas apropriações, no entanto, nem sempre são pertinentes, uma vez que tais conhecimentos foram gerados em outros âmbitos e motivados por indagações muitas vezes estrangeiras ao campo pedagógico. A partir dos finais dos anos 1950, em especial nas experiências renovadoras junto à Educação de Jovens e Adultos, a educação brasileira importou alguns dos conceitos do campo antropológico, como o conceito de cultura, o relativismo cultural e a crítica ao etnocentrismo. Nos anos 1970, a pesquisa em educação no Brasil se apropria dos métodos qualitativos, em especial, as "pesquisas de tipo etnográfico", que se tornam hegemônicos. O objetivo geral desta comunicação é discutir os limites e possibilidades destas apropriações interdisciplinares que envolvem os conhecimentos antropológicos por parte da educação, no Brasil. Procuraremos nos deter, com especial interesse, no paradoxo que há entre estas duas tradições disciplinares: enquanto a antropologia, como campo epistemológico, em sentido estrito, tem como princípio, compreender o outro em seus próprios termos, a prática educativa, ao contrário, tem como fim transformar o outro. Argumentamos que, se a educação abandona este princípio, afasta-se de sua função social primordial e, não sendo uma ciência, deixa também de ser prática, reduzindo-se à mera experiência de sociabilidade, esvaziada de sentido político.

Panel P45
Símbolos nômades: usos e apropriações da antropologia pelas ciências sócio humanas (PT/EN/ES)
  Session 1