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- Convenors:
-
Ana Keila Pinezi
(Universidade Federal do ABC)
Alexandre Soares Cavalcante (Universidade Federal do ABC)
- Location:
- Sala 4, Ciências Veterinárias (Map 30)
- Start time:
- 10 September, 2013 at
Time zone: Europe/Lisbon
- Session slots:
- 3
Short Abstract:
Interfaces que permeiam os debates em Antropologia da Ciência e outras áreas trazem novas visões sobre o fazer científico. Propõe-se discutir perspectivas teórico-metodológicas e de diferentes dimensões da vida social na produção de conhecimento científico e da agency, em processo, de seus atores
Long Abstract:
O interesse em problematizar o conhecimento científico na contemporaneidade surge justamente no sentido de consolidar o escopo disciplinar que a Antropologia vem construindo historicamente. Nessa articulação, o conhecimento antropológico é fundamental para que se compreenda a realidade dos estudos científicos.
Além disso, dois caminhos possibilitam expandir as contribuições deste campo de estudo: numa perspectiva interna à própria disciplina, é imprescindível que se compreendam (e se discuta) as diferentes dimensões da vida social que se associam aos processos de produção de conhecimentos científicos (tanto o impacto dessas dimensões na produção de tais conhecimentos, quanto o impacto desses em diversas esferas da vida social, como as religiosa, jurídica, de gênero e corpo, etc); numa perspectiva externa à Antropologia, é essencial que haja diálogos com outras áreas, no sentido de produzir uma percepção multifacetada sobre o objeto de estudo (fortalecem-se perspectivas que conectam, por exemplo, Educação, História, Filosofia, ou até mesmo as Ciências Naturais).
Este painel tem por objetivo agregar trabalhos que se situem nestas interfaces da Antropologia da Ciência com outras perspectivas, sejam internas à disciplina ou constituídas num diálogo com outras áreas. Trata-se de um espaço para discussão de ideias fronteiriças, possibilitando contrapontos na construção do conhecimento antropológico.
Accepted papers:
Session 1Paper short abstract:
Esta comunicação propõe interrogar um arquivo de fotografias, 30 anos depois de sua produção, numa tentativa de levantar questões que procuram delinear alguns parâmetros para problematizar (visualmente) o seu potencial heurístico e poético no campo das ciências humanas, em especial na antropologia.
Paper long abstract:
Esta comunicação pretende apresentar reflexões de pesquisa acerca da abertura e estudo de um arquivo de fotografias dos índios Kamayurá. Numa tentativa de interrogar essas imagens - 30 anos depois de terem sido produzidas pelo antropólogo e epistemólogo da comunicação visual Etienne Samain - esta proposta procura levantar questões para delinear alguns parâmetros para problematizar (visualmente) o potencial heurístico e poético de um arquivo de fotografias, quando nos propomos a pensar por imagem no campo das ciências humanas, em especial na antropologia. A reflexão parte da exploração de alguns movimentos singulares de pesquisa em direção a uma perspectiva metodológica de trabalho e modo de conhecimento por imagem, com o intuito de romper o silêncio das superfícies das fotografias num processo de abrir, desmontar, questionar, escolher, remontar e desdobrar as imagens em termos de memórias e esquecimentos, tempos e sobrevivências.
Paper short abstract:
O trabalho procura discutir as relações travadas por diferentes sujeitos em um laboratório de biomatemática, a partir da constatação de que diferentes identidades são mobilizadas nestes processos.
Paper long abstract:
A presente comunicação tem por interesse discutir aspectos relacionados ao trabalho de campo realizado numa escola de verão em Biologia Matemática, dentro do Instituto de Física Teórica da Universidade Estadual Paulista, UNESP-SP. O trabalho de campo, de natureza etnográfica, mostrou diversas nuances e dimensões das identidades que são (des)construídas ao longo deste evento. A partir da interpretação do evento como um laboratório científico (na medida em que os conhecimentos produzidos pelos sujeitos participantes são negociados e construídos ao longo desta escola), procura-se compreender quais papéis os participantes assumem durante o processo de construção do conhecimento científico, bem como quais os processos de afirmação destes. Vale ressaltar que o evento tem como principal característica a interdisciplinaridade. Portanto, a forma como os sujeitos mobilizarão esta noção, e como se relacionarão em um meio supostamente interdisciplinar, são aspectos discutidos aqui. Problematiza-se, neste trabalho, tanto as noções que emergem acerca do que é ser interdisciplinar como as identidades que são construídas em torno de tal temática.
Paper short abstract:
Este trabalho faz uma releitura da história da Antropologia considerando como nomes fundamentais na institucionalização da disciplina na USP confluem na trajetória acadêmica de Kabengele Munanga, professor do Departamento e formador de gerações antropólogos que pesquisam relações raciais no Brasil.
Paper long abstract:
A Antropologia na USP existe como disciplina ministrada de modo intermitente desde 1936, e passa a ser lecionada obrigatoriamente a partir de 1941. Na história da institucionalização da disciplina emergem nomes fundamentais como Emilio Willems, Egon Shaden, Fernando de Azevedo, Florestan Fernandes, João Baptista Borges Pereira, dentre outros. Este trabalho destaca a trajetória de Kabengele Munanga, cuja entrada na Antropologia da Universidade de São Paulo (USP) decorre da linha de sucessão que parte de Egon Shaden que orientou João Baptista, que por sua vez orientou Kabengele Munanga. Sendo assim, a proposta deste trabalho é compreender como essas heranças delineiam a carreira acadêmica de Kabengele Munanga, primeiro e único docente negro da disciplina na USP há mais de trinta anos. Trazer a experiência do professor Kabengele Munanga na USP mostra-se relevante para refletir sobre os dilemas na sua história de (des)conciliações com a universidade, no sentido de ser um intelectual negro amplamente reconhecido no país, sobretudo por segmentos que discutem relações raciais; porém à margem no seu departamento, no que diz respeito à vivência acadêmica cotidiana. Por fim, este trabalho busca entender como sua entrada no Departamento de Antropologia da USP instaura um espaço de formação de intelectuais negros na maior Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas do Brasil.
Paper short abstract:
Os estudos sobre televisão têm vindo a registar maior interesse por uma abordagem etnográfica das práticas de consumo, na vida de todos os dias. Será útil encarar a TV como um processo dinâmico que envolve um vasto somatório de coletivos, distribuídos por diversos lugares aparentemente desconexos.
Paper long abstract:
Tal como acontece em relação a quaisquer tecnologias domésticas ou de uso pessoal, o consumo de TV varia imenso consoante os consumidores, sendo os telespectadores intérpretes criativos dos conteúdos assim recebidos. Porém, não se pode ignorar o facto de os usos destas tecnologias serem condicionados e formatados pelas suas próprias características e funcionalidades, assim como pela ação dos inúmeros agentes que se conjugam para produzi-las. Estudar a televisão implica necessariamente dar conta das forças, poderes e agências que estão por detrás da sua produção, tanto ao nível dos aparelhos técnicos como a nível de conteúdos. A realidade televisiva não pode ser apreendida a partir de um único local, mas de uma infinidade deles, sendo a maioria difícil de rastrear. Porém, em vez de nos desesperarmos perante a monstruosidade da TV, podemos assumir o papel da formiga lenta e miótica e procurar seguir os atores envolvidos neste processo, como sugerem os precursores da Actor-Network Theory (ANT). No entanto, este estudo estaria sempre incompleto sem a análise dos impactos sociais que a televisão tem na vida de quem a consome e com ela se relaciona. As próprias transformações tecnológicas têm vindo a alterar a forma de se ver TV, dando maior liberdade de movimentos aos telespectadores, que podem aceder a conteúdos televisivos também a partir da internet ou outras tecnologias individuais. Analisar os usos e as práticas de quem vê televisão torna-se assim fundamental para perceber este fenómeno na sua dimensão total, assim como o impacto social que este pode assumir no mundo contemporâneo.
Paper short abstract:
Focamos as construções culturais em torno do corpo criminal e ‘suspeito’ com base num percurso histórico em torno das práticas policiais no domínio da identificação criminal em Portugal apoiadas em recursos tecnológicos e baseadas em processos de estigmatização e produção de fronteiras normativas.
Paper long abstract:
Esta comunicação sistematiza informação baseada em fontes documentais sobre o percurso histórico dos processos de identificação criminal em Portugal que salientam a importância da abordagem do corpo humano aliada à tecnologia e conhecimento científico. Apesar das transformações ao longo do tempo, as práticas policiais de identificação criminal desde sempre se caracterizaram por centrarem a sua atenção no corpo do 'suspeito' e potencial 'criminoso'. Se no início do século XX se encarava a antropometria (medições dos corpos e registo de sinaléticas) e a datiloscopia (impressões digitais) como a solução para a descoberta e identificação do verdadeiro criminoso, é possível verificar este entusiasmo e desejo político doravante face a métodos de identificação baseados na genética forense. Na atual sociedade de vigilância surgem sistemas de identificação cada vez mais complexos que se ampliam a todos os cidadãos, sendo as interações da vida quotidiana cada vez mais monitorizadas. O desejo político de identificar e controlar os corpos 'suspeitos' passa assim a abranger também aqueles que são tidos como cidadãos 'respeitáveis'. Desde o uso da antropometria até à utilização de DNA em contexto forense, observa-se uma expansão do controlo estatal e institucional pela recolha, armazenamento e análise de informação de caráter físico, visual e biológico. Destas acções de controlo e monitorização do corpo que é identificado e classificado como 'suspeito' ou 'criminoso' resultam processos de estigmatização e produção de fronteiras normativas que acentuam uma hierarquia entre 'criminosos' e cidadãos 'respeitáveis'.
Paper short abstract:
O artigo centra-se no estudo da memória do trabalho e da memória ambiental, a partir da realização de uma etnografia visual de quatro arroios que integram a Bacia Hidrográfica do Rio dos Sinos, no Rio Grande do Sul.
Paper long abstract:
O artigo traz uma reflexão sobre a memória do trabalho e a memória ambiental, tendo como sujeitos da pesquisa moradores que vivem às margens dos arroios da Bacia Hidrográfica do Rio dos Sinos, os quais narram a sua experiência de trabalho, de moradia e de relação com o ambiente. As narrativas desses habitantes urbanos somam-se a narrativas de outros interlocutores, especialmente de gestores públicos e de técnicos ambientais. Esta reflexão é parte da produção da etnografia visual dos arroios Luiz Rau, Pampa, Schmidt e Estância Velha, iniciada em 2012, e que integra o sub-projeto 5 - BAISINOS, vinculado ao projeto de Monitoramento de Bacias Urbanas e Rurais. Análise Integrada da Qualidade da Água e Aspectos Sócio-econômicos - ANINQAS - financiado pelo CNPq e FINEP.