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Accepted Paper
Paper short abstract
Focamos as construções culturais em torno do corpo criminal e ‘suspeito’ com base num percurso histórico em torno das práticas policiais no domínio da identificação criminal em Portugal apoiadas em recursos tecnológicos e baseadas em processos de estigmatização e produção de fronteiras normativas.
Paper long abstract
Esta comunicação sistematiza informação baseada em fontes documentais sobre o percurso histórico dos processos de identificação criminal em Portugal que salientam a importância da abordagem do corpo humano aliada à tecnologia e conhecimento científico. Apesar das transformações ao longo do tempo, as práticas policiais de identificação criminal desde sempre se caracterizaram por centrarem a sua atenção no corpo do 'suspeito' e potencial 'criminoso'. Se no início do século XX se encarava a antropometria (medições dos corpos e registo de sinaléticas) e a datiloscopia (impressões digitais) como a solução para a descoberta e identificação do verdadeiro criminoso, é possível verificar este entusiasmo e desejo político doravante face a métodos de identificação baseados na genética forense. Na atual sociedade de vigilância surgem sistemas de identificação cada vez mais complexos que se ampliam a todos os cidadãos, sendo as interações da vida quotidiana cada vez mais monitorizadas. O desejo político de identificar e controlar os corpos 'suspeitos' passa assim a abranger também aqueles que são tidos como cidadãos 'respeitáveis'. Desde o uso da antropometria até à utilização de DNA em contexto forense, observa-se uma expansão do controlo estatal e institucional pela recolha, armazenamento e análise de informação de caráter físico, visual e biológico. Destas acções de controlo e monitorização do corpo que é identificado e classificado como 'suspeito' ou 'criminoso' resultam processos de estigmatização e produção de fronteiras normativas que acentuam uma hierarquia entre 'criminosos' e cidadãos 'respeitáveis'.
Olhares plurais para a antropologia da ciência (PT/ES)
Session 1