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- Convenor:
-
Filipe Martins
(CEDH - Catholic University of Portugal)
- Location:
- Sala 4, Ciências Veterinárias (Map 30)
- Start time:
- 11 September, 2013 at
Time zone: Europe/Lisbon
- Session slots:
- 3
Short Abstract:
Este painel visa promover o debate em torno dos múltiplos modos de “culturalização” da idade humana, entendendo as “idades” como categorias identitárias ancoradas em contextos sócio-históricos e relacionais específicos, e comportando variadas atribuições de poder, moralidade e responsabilidade.
Long Abstract:
Na antropologia a idade, a par do sexo, tem sido realçada como um dos aspetos mais básicos da vida humana e, como tal, um princípio universal de organização social. Tal como o sexo, a idade está vinculada à biologia humana. Porém, tal como o género, também as “idades” humanas constituem categorias identitárias profundamente enraizadas nos contextos sócio-históricos e relacionais em que emergem, comportando múltiplas atribuições de poder, moralidade e responsabilidade que por sua vez determinam padrões de estruturação social mais amplos.
No campo da antropologia social e cultural são diversas as áreas temáticas teorizadas que integram ou assentam em noções de idade (sistemas de parentesco, casamento e família; relações produtivas; sistemas políticos e de sucessão; ciclos vitais, desenvolvimento humano e transmissão cultural; simbolismo e ritos de passagem). Contudo, não obstante esta riqueza teórica e etnográfica acumulada, têm sido escassos os trabalhos antropológicos em que a idade se assume como o eixo central de análise e de problematização teórica.
Este painel visa contrariar esta lacuna, promovendo o debate em torno dos múltiplos modos de “culturalização” da(s) idade(s) humana(s), nomeadamente a partir de contributos etnográficos, históricos ou teóricos em temas como:
- Maturação, ciclos e (per)cursos de vida, fases e transições;
- Grupos de idade, poder e cidadania;
- Culturas e subculturas de idade;
- Tempo, geração e mudança social;
- Idade, trabalho e reprodução social;
- (Inter)dependências e reciprocidades familiares intergeracionais;
- Envelhecimento, autonomia, vulnerabilidade e cuidado;
- Idadismo e marginalização com base na idade.
Accepted papers:
Session 1Paper short abstract:
Esta comunicación busca explicitar las estrategias desarrolladas por jóvenes entre 13 y 18 años, con ayuda de sus padres y profesores, para asegurarse un buen futuro laboral a través de la gestión de su experiencia escolar.
Paper long abstract:
Esta comunicación busca profundizar en la experiencia de la juventud de un segmento de la sociedad española relativamente específico: la clase media blanca "progresista". Busca exponer experiencias socioeducativas de estudiantes entre 13 y 18 años que han acudido a centros concertados de la ciudad de Madrid. Estas experiencias fueron recogidas en el contexto de de dos años de investigación etnográfica.
El interés de sus experiencias tiene que ver con generar conocimiento respecto a una sección de la población acomodada, con el propósito de plantearse hasta qué punto se puede democratizar el acceso a esta forma de vida y con ello promover la igualdad de oportunidades.
Una de las principales observaciones es que, durante esta etapa de su vida el sistema educativo español les lleva a tomar decisiones que ellos perciben que condicionarán su futuro. Sin embargo, aunque vaya a condicionar su futuro, no pueden tomar decisiones sobre la estructura en la que toman esas decisiones. Aquí se profundizará en como estos jóvenes entienden las reglas del sistema educativo, y cómo, con ayuda de padres y profesores, sacan el máximo partido de esos años de su vida que afectarán su futuro laboral pero que a la vez siguen siendo años para vivir, para hacer amistades, para disfrutar de sus gustos y aficiones. Un equilibrio difícil de mantener.
Paper short abstract:
El objetivo de este trabajo es analizar cómo la edad interviene en la construcción de las relaciones de género y cómo a partir de ella se construyen y se perciben las identidades de hombres y de mujeres, coexistiendo los modelos de género tradicionales con los modelos de género contemporáneos.
Paper long abstract:
Para analizar la influencia de la edad en la construcción de los modelos de relación de género se parte del contexto socioeconómico tradicional de la sociedad campesina, donde las actividades son distribuidas en función del sexo y de la edad. Así, el objetivo será analizar tanto las actividades económicas asignadas a los grupos de edad como las relaciones de género que se dan dentro y entre estos grupos: niñez, matrimonio, ancianidad.
Respecto al análisis de la edad como categoría de percepción de la identidad de género, como se dijo, en actual contexto coexisten diversos modelos de ser mujer en función del espacio socioeconómico en el que se construyen las identidades de género. Por lo que el objetivo de este apartado será analizar los patrones de acción de una mujer de 70, de 50 o de 20 años y la diferente percepción que se tiene de ellas.
En este sentido, la edad es una variable fundamental desde la que se analizará tanto la construcción de las relaciones de género como la diferente experiencia de los modelos de género que coexisten.
La principal herramienta metodológica que se empleará en este análisis será la elaboración de historias de vida de las mujeres mayores de la comarca. Dichas historias nos proporcionan información tanto sobre la construcción de las relaciones de género propias de los grupos de edad de la sociedad tradicional, como sobre la coexistencia del modelo de género tradicional con los modelos de la sociedad contemporánea.
Paper short abstract:
Esta comunicação pretende mostrar de que forma a idade de reclusas com mais de 50 anos molda as vivências prisionais, a construção social do tempo de reclusão assim como as expectativas futuras de reinserção na sociedade.
Paper long abstract:
O envelhecimento, enquanto fenómeno social, é encarado como um dos desafios mais prementes do século XXI. A sociedade portuguesa tem assistido, nas últimas décadas a um acentuado envelhecimento demográfico. A população prisional não é imune a este fenómeno: nos últimos anos, em vários países da Europa e da América do norte, tem-se assistido a um aumento progressivo do número de indivíduos mais velhos nas prisões. Em Portugal, nos últimos tempos, várias notícias veiculadas na Imprensa têm vindo a evidenciar também essa mesma realidade.
Partindo de um conjunto de entrevistas com mulheres com mais de 50 anos realizadas no Estabelecimento Prisional Especial de Santa Cruz do Bispo, nesta comunicação almeja-se compreender de que forma a idade pode condicionar a forma como vivem o tempo de reclusão assim como as suas expectativas futuras de reinserção na sociedade.
Os resultados mostram que a idade, associada ao processo biológico, mas sobretudo, cultural do envelhecimento, pode condicionar a forma como encaram a reclusão, sendo o cumprimento da pena encarado como um tempo perdido e irrecuperável. A idade condiciona igualmente a forma como as reclusas veem o seu futuro, sendo minado pelo medo de morrer na prisão e pelas incertezas projetadas para a vida no exterior.
Paper short abstract:
A Companhia Maior é uma estrutura profissional constituída por intérpretes com mais de 60 anos. Esta comunicação visa identificar as características deste projeto, num contexto histórico e artisticamente marcado por uma discriminação baseada na idade — o da dança teatral.
Paper long abstract:
Na dança teatral de tradição euro-americana, a juvenilidade é um cânone. A flexibilidade, a resistência, a virtuosidade, a amplitude de movimentos que as técnicas corporais extra-quotidianas desenvolvem são características valorizadas nos bailarinos. Contudo, são vários os coreógrafos que, em contexto profissional, têm, recentemente, vindo a manifestar interesse em trabalhar com intérpretes com idades acima 60 anos, uma idade em que os indivíduos experienciam, com a aposentação, um corte com as relações de trabalho e com a atividade a elas associada. São exemplos daquele empenho as obras coreográficas: ... Du Printemps! (2011), de Thierry Thieû Niangm, Kontakthof - Mit Damen und Herren ab "65" (2000) de Pina Bausch, Durações de Um Minuto (2010), de Clara Andermatt e Marco Martins, e Maior (2011) de Andermatt, para a Companhia Maior.
O que é que procuram estes criadores? Quais os seus objetivos? Até que ponto é que o seu trabalho com grupos de idades diferenciados é uma expressão expandida da sua ideologia criativa? Serão estes projetos afins ou diferentes de outros concebidos com bailarinos seniores, como o Nederlands Dans Theater III, em 1991? Que contexto social enforma estes seus interesses? O que experienciam os participantes nestes projetos? O que é que representam para si? Estas são algumas das questões preliminares que se impõem no quadro do trabalho de campo que me encontro a realizar com a Companhia Maior, um grupo constituído por intérpretes com mais de 60 anos de idade, criado em 2010, em Lisboa, e que me proponho discutir no âmbito deste encontro.
Paper short abstract:
Desenvolveu-se um estudo qualitativo com reformados/as voluntários/as na cidade do Porto. Os resultados reforçam a importância do voluntariado como contributo para uma vivência mais satisfatória da reforma, contrariando preconceitos e estereótipos ainda associados às pessoas mais velhas.
Paper long abstract:
Uma visão do envelhecimento baseada em preconceitos e estereótipos marca ainda a forma de percepcionar o papel dos/as mais velhos/as nas sociedades actuais, tanto ao nível das práticas quotidianas, como também no que diz respeito a políticas sociais e culturais, que ainda têm pouco em conta a necessidade de se construir uma sociedade para todas as idades.
Com este estudo pretendeu-se dar ênfase à necessidade, urgência e utilidade de se contribuir para uma vivência menos discriminatória em relação às pessoas com mais idade, contribuindo para que seja cada vez mais possível a participação ativa de todos/as, tendo em conta as capacidades e incapacidades, competências e características que tornam cada ser humano único e irrepetível.
Sendo referido com alguma frequência na literatura o voluntariado sénior como uma das formas privilegiadas para potenciar o envelhecimento ativo, foi surpreendente a descoberta da quase inexistência de estudos sobre esta temática específica em Portugal. Assim, entendeu-se como pertinente procurar entender as motivações de pessoas reformadas para se dedicarem ao voluntariado, procurando-se compreender os impactos e sobretudo significados que tem esta prática na vida quotidiana das pessoas entrevistadas.
Este estudo sustentou-se numa metodologia qualitativa, que contemplou a análise de conteúdo de seis entrevistas semidiretivas, relaizadas a pessoas reformadas que fazem voluntariado em três instituições distintas da cidade do Porto.
O voluntariado é percecionado pelos/as protagonistas do estudo como uma forma de ajudar os/as outros/as e como forma de participação cívica, contribuíndo para uma vivência mais satisfatória do período da reforma.
Palavras- chave: Voluntariado; Reforma; Envelhecimento Activo
Paper short abstract:
A actual crise económica, e seus impactos nas (inter)dependências familiares intergeracionais, torna evidente a relevância dos factores sociais na determinação da saúde e do bem-estar da população idosa e na autonomia ou vulnerabilidade que podem caracterizar o processo de envelhecimento
Paper long abstract:
Uma evidência clara de como o processo de envelhecimento comporta múltiplas atribuições de poder, moralidade e responsabilidade é a forma como o conceito de "Envelhecimento Activo", elaborado pela OMS e apropriado pela Comissão Europeia, passou a marcar a agenda política actual, como se pode constatar pela celebração do Ano Europeu do Envelhecimento Activo e da Solidariedade entre Gerações em 2012. Este conceito de actividade refere-se não apenas à permanência activa no mercado laboral, mas também a uma participação continuada nos domínios sociais, culturais, espirituais e cívicos e a uma postura de responsabilidade individual perante a saúde.
No entanto, levada ao extremo, a ideia da responsabilização individual perante a sua saúde pode conduzir à culpabilização da população idosa pelos seus problemas de saúde ou pelo seu alheamento social, como se derivassem de uma postura irresponsável e passiva. A autonomia ou a vulnerabilidade que podem caracterizar o processo de envelhecimento devem ser alvo de uma reflexão antropológica que, para além da esfera individual, parta da análise crítica dos factores sociais determinantes da saúde, como sejam a classe social, o género, ou a qualidade das redes sociais. A actual crise económica e seus impactos nas (inter)dependências e reciprocidades familiares intergeracionais, apenas torna mais evidente a relevância desses factores sociais na determinação da saúde e do bem-estar da população idosa.
Baseando-me no meu trabalho etnográfico realizado junto da população idosa que recorre à Medicina Tradicional Chinesa em Lisboa, proponho uma discussão antropológica da importância dos factores sociais na determinação da saúde e do bem-estar.