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Paper short abstract:

A crítica da arte da cartografia favorece tanto a compreensão de conteúdos factuais históricos e geográficos, quanto a compreensão da dialética de elementos normativos e de mentalidades, como ocorre na Amazónia desde o início da presença europeia do continente.

Paper long abstract:

A crítica da arte da cartografia favorece tanto a compreensão de conteúdos factuais históricos e geográficos, quanto a compreensão da dialética de elementos normativos e de mentalidades, apontando para consciências em tensão entre o eterno e o efêmero, solo de fantasmagorias do paradisíaco e do infernal, da pertença e da exclusão, da proximidade e do distanciamento, da propriedade e da alienação, com as quais são conquistadas regiões do globo, como ocorre na Amazónia desde o início da presença europeia do continente. Neste sentido, podemos levantar a hipótese de que a cartografia portuguesa seiscentista da desembocadura do Amazonas são alegorias. As paisagens que ela mostra apresentam-se tencionadas entre normas rigorosas de representação, modos de reprodução em vias de homogeneização e mentalidades plurais; enquanto comunicam territórios e realidades físicas, sob uma linguagem tecnicamente concebida, e expressam imagens compósitas, cristalizações de mitos de conquista do espaço.