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- Convenors:
-
Daniel Reis
(Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular/IPHAN)
Elizabete de Castro Mendonça (Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro)
- Location:
- Auditório AA, AAUTAD (Map 27)
- Start time:
- 9 September, 2013 at
Time zone: Europe/Lisbon
- Session slots:
- 2
Short Abstract:
Este painel tem por objetivo reunir pesquisadores das áreas de antropologia e museologia cujas pesquisas tenham como foco os processos de inventário, classificação, guarda, usos e apropriações dos objetos que constituem as coleções etnográficas que integram os acervos e exibições em museus.
Long Abstract:
Nos últimos anos é possível observar um crescente interesse dos antropólogos pelo estudo sobre os museus e coleções etnográficas. Em meio às diversas abordagens, os enfoques recaem sobre questões como os processos de expropriação, apropriação e repatriamento de objetos; seus colecionamentos e inserções em museus; estratégias de exibição; relações de força; produção de sentidos, além de outras. Tais reflexões dialogam de alguma maneira com o pensamento museológico contemporâneo e a atuação dos profissionais desta disciplina no modo de inventariar, catalogar, salvaguardar, expor e produzir conhecimento sobre - e a partir - destes objetos. Este painel tem por objetivo reunir pesquisadores das áreas de antropologia e museologia cujas pesquisas tenham como foco os processos de inventário, classificação, guarda, usos e apropriações dos objetos que constituem as coleções etnográficas que integram os acervos e exibições em museus. Parte-se da ideia de que os museus constituem-se uma zona de contato e conflitos; lugar da produção de sentidos e discursos, segundo propósitos e estratégias intencionais e específicas.
Accepted papers:
Session 1Paper short abstract:
Nesta comunicação sugerimos olhar para o passado e o futuro do Museu de Arte Popular (em Lisboa) a partir da proposição de Johannes Fabian, de acordo com a qual «a ausência de contexto não é um problema dos objectos etnográficos, mas antes a sua condição de existência» (2004).
Paper long abstract:
Em 2009, o governo português decidiu extinguir o Museu de Arte Popular (em Lisboa). Na sequência de um debate que mobilizou diferentes agentes culturais, contra e a favor da referida extinção, o Museu viria, contudo, a ser reaberto. Mas não sem que se mantivessem acesas polémicas, nomeadamente entre antropólogos, em torno da sua condição presente e futura.
Criado em 1948 pelo Secretariado Nacional da Informação, órgão encarregue da propaganda e da política cultural do Estado Novo, e tendo mantido praticamente intacto o desenho da sua exposição permanente até ao novo milénio, o MAP continua a surgir aos olhos de vários antropólogos como um mero epifenómeno do salazarismo; um museu nos antípodas daquilo que são as características indispensáveis ao museu etnográfico.
Nesta comunicação são questionadas as perspectivas que olham esta instituição museológica como um desvio ao «tipo ideal» do museu etnográfico. Partindo da proposta de Johannes Fabian, de acordo com a qual «a ausência de contexto não é um problema dos objectos etnográficos, mas antes a sua condição de existência» (2004), propomos uma aproximação ao MAP que o enquadre na realidade histórica que é o modo ocidental de colecionar os artefactos outros e na sequência do qual, esta instituição museológica surge, como os museus etnográficos em geral, enquanto "máquina de descontextualização e de recontextualização cultural" (cf. Ames 1992). É também neste âmbito que sugerimos que a nova configuração do MAP deveria incorporar um pensamento crítico e reflexivo sobre o passado e o futuro deste museu, a fazer no seio da antropologia.
Paper short abstract:
Focalizando o “arquivo musical” do folclorista Théo Brandão, que entre as décadas de 1940 e 1960, realizou um conjunto de registros sonoros de música tradicional alagoana, nesta comunicação proponho reflexão sobre as motivações simbólicas que orientaram o etnógrafo nessa prática de colecionamento.
Paper long abstract:
Dentre os métodos de pesquisa utilizados pelos folcloristas do movimento folclórico brasileiro, que reuniu entre os anos 1940 e 1960, intelectuais de todas as regiões do pais em prol do estudo e defesa do folclore nacional, o registro sonoro aparecia em destaque. Convictos da objetividade e autenticidade desse tipo de documentação, os folcloristas ainda concebiam tal prática como tendo um caráter de urgência, já que o folclore e sua musicalidade, na visão deles, estariam ameaçados de perdas e descaracterizações, consequência de uma sociedade que, em ritmo acelerado, se modernizava. Como resultado da ênfase na coleta e "documentação" sonora, alguns folcloristas, entre os quais Mario de Andrade e Luiz Heitor Correia de Azevedo, produziram ao longo de suas trajetórias, expressivos acervos de música folclórica. Este também é o caso do alagoano Théo Brandão, que em mais de trinta anos, dedicou-se a realizar gravações de campo em Maceió e cidades da Zona da Mata alagoana. O acervo constituído, que reúne registros em diferentes formatos, revela uma diversidade de formas expressivas e sonoras - Torés, Xangôs, Guerreiros, Reisados, etc. Focalizando o "arquivo musical" de Théo Brandão, nesta comunicação proponho reflexão sobre as motivações simbólicas que orientaram o olhar desse etnógrafo para composição de uma determinada forma de representação do "outro" através de sua musicalidade. Em um âmbito mais geral, tal reflexão procura examinar o campo de estudos do folclore, partindo das categorias internas de seus próprios agentes, o que vale dizer que estaremos direcionando o olhar para uma antropologia dos estudos de folclore.