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Accepted Paper:

Antropologia dos estudos de folclore: notas sobre a constituição do "arquivo musical" de Théo Brandão  
Wagner Chaves (Universidade Federal de Alagoas)

Paper short abstract:

Focalizando o “arquivo musical” do folclorista Théo Brandão, que entre as décadas de 1940 e 1960, realizou um conjunto de registros sonoros de música tradicional alagoana, nesta comunicação proponho reflexão sobre as motivações simbólicas que orientaram o etnógrafo nessa prática de colecionamento.

Paper long abstract:

Dentre os métodos de pesquisa utilizados pelos folcloristas do movimento folclórico brasileiro, que reuniu entre os anos 1940 e 1960, intelectuais de todas as regiões do pais em prol do estudo e defesa do folclore nacional, o registro sonoro aparecia em destaque. Convictos da objetividade e autenticidade desse tipo de documentação, os folcloristas ainda concebiam tal prática como tendo um caráter de urgência, já que o folclore e sua musicalidade, na visão deles, estariam ameaçados de perdas e descaracterizações, consequência de uma sociedade que, em ritmo acelerado, se modernizava. Como resultado da ênfase na coleta e "documentação" sonora, alguns folcloristas, entre os quais Mario de Andrade e Luiz Heitor Correia de Azevedo, produziram ao longo de suas trajetórias, expressivos acervos de música folclórica. Este também é o caso do alagoano Théo Brandão, que em mais de trinta anos, dedicou-se a realizar gravações de campo em Maceió e cidades da Zona da Mata alagoana. O acervo constituído, que reúne registros em diferentes formatos, revela uma diversidade de formas expressivas e sonoras - Torés, Xangôs, Guerreiros, Reisados, etc. Focalizando o "arquivo musical" de Théo Brandão, nesta comunicação proponho reflexão sobre as motivações simbólicas que orientaram o olhar desse etnógrafo para composição de uma determinada forma de representação do "outro" através de sua musicalidade. Em um âmbito mais geral, tal reflexão procura examinar o campo de estudos do folclore, partindo das categorias internas de seus próprios agentes, o que vale dizer que estaremos direcionando o olhar para uma antropologia dos estudos de folclore.

Panel P50
Museus, antropologia e museologia: diálogos e contrapontos
  Session 1