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Accepted Paper:
Paper short abstract:
Nesta comunicação sugerimos olhar para o passado e o futuro do Museu de Arte Popular (em Lisboa) a partir da proposição de Johannes Fabian, de acordo com a qual «a ausência de contexto não é um problema dos objectos etnográficos, mas antes a sua condição de existência» (2004).
Paper long abstract:
Em 2009, o governo português decidiu extinguir o Museu de Arte Popular (em Lisboa). Na sequência de um debate que mobilizou diferentes agentes culturais, contra e a favor da referida extinção, o Museu viria, contudo, a ser reaberto. Mas não sem que se mantivessem acesas polémicas, nomeadamente entre antropólogos, em torno da sua condição presente e futura.
Criado em 1948 pelo Secretariado Nacional da Informação, órgão encarregue da propaganda e da política cultural do Estado Novo, e tendo mantido praticamente intacto o desenho da sua exposição permanente até ao novo milénio, o MAP continua a surgir aos olhos de vários antropólogos como um mero epifenómeno do salazarismo; um museu nos antípodas daquilo que são as características indispensáveis ao museu etnográfico.
Nesta comunicação são questionadas as perspectivas que olham esta instituição museológica como um desvio ao «tipo ideal» do museu etnográfico. Partindo da proposta de Johannes Fabian, de acordo com a qual «a ausência de contexto não é um problema dos objectos etnográficos, mas antes a sua condição de existência» (2004), propomos uma aproximação ao MAP que o enquadre na realidade histórica que é o modo ocidental de colecionar os artefactos outros e na sequência do qual, esta instituição museológica surge, como os museus etnográficos em geral, enquanto "máquina de descontextualização e de recontextualização cultural" (cf. Ames 1992). É também neste âmbito que sugerimos que a nova configuração do MAP deveria incorporar um pensamento crítico e reflexivo sobre o passado e o futuro deste museu, a fazer no seio da antropologia.
Museus, antropologia e museologia: diálogos e contrapontos
Session 1