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Este trabalho discute a movimentação econômica e as tensões sociais na região das bacias do Rio Corrente e do Rio Grande, na fronteira Oeste da Bahia, e sua relação com o litoral na primeira metade do século XIX

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Entender a organização econômica e social de lugares que estavam distantes dos principais centros econômicos, mas que desempenharam papel substancial na formação territorial e no funcionamento da economia do Brasil no século XIX, ainda é um desafio. As terras situadas na margem esquerda do Rio São Francisco, distantes cerca de 900km de Salvador, foram alvo de intensas disputas políticas envolvendo Pernambuco, Bahia e Minas Gerais ao longo do século XIX pelo fato de concentrarem uma faixa bastante produtiva - as bacias do Rio Grande e do Rio Corrente, dois dos mais importantes afluentes do rio São Francisco - e também pelo posicionamento estratégico de confluência com três províncias que disputaram o controle da região. Em meio a um território árido, aquela região despontava como local propício à agricultura e à pecuária, disputada por pequenos potentados locais que se aproveitavam do distanciamento do poder central para exercer controle sobre a região. Esse trabalho procura analisar os conflitos surgidos da ocupação e da movimentação econômica da região a partir da relação desta com os rios, os quais se constituíam como verdadeiros "caminhos" a ligar a fronteira Oeste até uma rede de estradas que se conectavam com outras regiões de economia pujante na Bahia, incluindo Salvador. Destaca-se, nesse contexto, as redes de tráfico de escravos que se utilizaram dessas redes de estradas e rios na primeira metade do século XIX.