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Accepted Paper:
Paper short abstract:
Nossa investigação tem como cerne a construção historiográfica de Maximiano Machado, que escreveu a história da Capitania Real da Parahyba. Empenhado nesse mister, sua narrativa permitiu que se vislumbrasse a multiplicidade do que se tratou, secularmente, por "sertão".
Paper long abstract:
A Capitania real da Parahyba, embora fundada por ordem de D. Sebastião (1574), foi conquistada e colonizada durante a União Ibérica. Seus territórios litorâneos, durante quase um século, abrigaram múltiplas nacionalidades e etnias, diferenciando a capitania das demais existentes na América portuguesa. A extinção da União Ibérica e a entrada decisiva do poder lusitano naquele espaço permitiram sua interiorização e conseqüente expansão, definindo os novos territórios com a marca portuguesa. O presente trabalho tem como cerne a escrita emblemática de Maximiano Lopes Machado, um dos primeiros homens de letras a se dedicar à escrita de uma história paraibana, na qual se institui os rizomas do que KAUFMANN (1993) nomeou como arquitetura identitária. Tomando como ponto de partida de sua narrativa os eventos que demarcam a conquista dos territórios litorâneos da chamada Capitania Real, nos dedicamos a palmilhar como aquele historiador "construiu" historiograficamente a interiorização da capitania, legando para a posteridade a narrativa de um novo espaço denominado sertão. Ao tempo em que entendeu o sertão como extensão da conquista em si, Machado foi capaz de vislumbrar as especificidades regionais, constituindo tipos, culturas, demarcando nomes e eventos nesse sentido. Seu exercício, em nosso entendimento, e mesmo ao contrário das pretensões daquele historiador, demarcam uma identidade nova ao paraibano do sertão. Sua narrativa acerca desse espaço instituiu múltiplas percepções do que deveria ser único, fazendo emergir não um sertão, mas vários sertões e variados sertanejos, a demonstrar a fluidez das construções identitárias desde o início do século XX.
To each seaport its 'sertão': processes of cultural and social construction of hinterland spaces throughout the Lusophone Atlantic (19-20th centuries)
Session 1