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- Convenor:
-
Andréa de Lobo
(University of Brasília)
- Location:
- Auditório 1, Ciências Veterinárias (Map 30)
- Start time:
- 9 September, 2013 at
Time zone: Europe/Lisbon
- Session slots:
- 2
Short Abstract:
Esta proposta coloca em diálogo etnografias realizadas em diferentes espaços, temporalidades e relações de governança. Entende-se por tal categoria as técnicas e dispositivos de governo sobre corpos e populações, bem como as práticas burocráticas como interação cotidiana de dominação.
Long Abstract:
Propomos que sejam incluídos neste painel suplementar os seguintes trabalhos que não pudemos contemplar em nosso painel "Desafios da etnografia nas pesquisas em elites, instâncias estatais e políticas de governo" (coordenadores Antônio Carlos de Souza Lima e Carla Teixeira): Raoni Giraldin; Elias Gomes; Rafael Lopo; Marco Martinez; Ricardo Alexandre Pereira de Oliveira e Ana Beatriz Vianna Mendes; e Amanda Rodrigues.
Accepted papers:
Session 1Elias Gomes (Universidade de São Paulo / Universidad Complutense de Madrid)
Paper short abstract:
Pretende-se refletir sobre método, etnografia e pesquisa a partir de um estudo realizado junto aos profissionais de marketing político brasileiro.
Paper long abstract:
No Brasil, a cada dois anos, ocorrem eleições diretas e regulares para o executivo e parlamento. Nas últimas três décadas, os usos de TV, rádio e internet nas campanhas se tornaram mais dinâmicos e complexos. Com isso, jornalistas, publicitários e sociólogos se tornaram "homens fortes" (em geral, homens) dos/as políticos/as brasileiros/as. Por vezes, esses profissionais se tornam confidentes e amigos das famílias dos/as candidatos/as. A intimidade entre eles gera maior segurança nos/as políticos/as e, ocasionalmente, maior autonomia na condução da campanha em relação a parentes, dirigentes partidários e amigos. O marketing político se tornou rentável e alguns profissionais milionários com os trabalhos realizados em campanhas e contas de publicidade governamental. A partir do trabalho etnográfico realizado nas eleições municipais em Belém do Pará - Brasil (2012) e visitas às agências dos principais profissionais das campanhas presidenciais, pretende-se refletir sobre método, etnografia e pesquisa. Analisa-se desde a entrada do pesquisador no campo de estudos, passando pelos contatos com agências, atividades com candidatos e assessores, gravações de programas, entrevistas, bem como a proteção de dados, as informações privilegiadas e prestigiosas, as disputas, vaidades e riscos políticos e econômicos de pesquisas acadêmicas para os/as candidatos/as e marqueteiros/as.
Fabricio Bonecini Almeida (Universidade Nacional de Brasília)
Paper short abstract:
Este trabalho se propõem a refletir sobre dois “mitos” idealizados na política: “Estado” e “Democracia”. O objetivo é apontar para possíveis brechas compreensivas nas mudanças sociais envolvendo esses fenômenos e os possíveis ganhos à prática etnográfica.
Paper long abstract:
Nesta proposta importa saber quais eram as condições e as contingências histórias (Elias, 1990) que mobilizaram de forma não-intencional (ou racional), a criação de certa maneira ordenada de mecanismos de distribuição de poder entre "iguais", cidadãos enquanto detentores de direitos salvaguardados por uma entidade política, o "Estado". Considerando as assimetrias entre os membros da pólis, os "gregos antigos" deixaram um legado, a ideia de "democracia".
Parece fundamental contrariar a suposição de que em regimes democráticos as relações de poder "oficiais", as assimetrias de "acesso" estabelecidas por "redes políticas" serão permeadas necessariamente pela transparência e descentralização do "poder". As formas de legitimação do poder que a retórica do "estado-nacional democrático" professam não resolveram questões que por aparente principio constituiriam a substância da ideia de "democracia".
O "tempo" das relações e dos encontros estabelecidos no fazer etnográfico são desafiados em contraste com a temporalidade dos fenômenos que nos propomos compreender, com o ritmo no qual mudaram e se-nos apresentam. Não confundem-se "presente" e "verdade", assim como não o ocorre com o "passado".
A percepção do "tempo" não precinde necessariamente da cisão entre sincronia e diacronia. Essa cisão torna-se muito pouco explicativa dos fenômenos que conferem sentido à temporalidade "presente" e às contigências que são parte de mudanças sociais. Para manter a linguagem corrente, algo como uma "sincronia dinâmica" ou "temporalidade sócio-orgânica" sejam bons indícios para críticas da percepção do tempo e mudanças sociais e, também, da atuação de etnógrafos em "campo" no estudo de elites, de instâncias estatais e de governo.