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Accepted Paper:
Paper short abstract:
O silenciamento e a cartografia do Projeto Kalunga, um evento político-musical realizado em Angola, no ano de 1980, que levou ao país mais de 60 músicos brasileiros.
Paper long abstract:
O ano era 1980. Um grupo de 65 pessoas - entre artistas, produtores e técnicos - liderado pelo cantor e compositor brasileiro Chico Buarque e pelo produtor Fernando Faro, partiu do Rio de Janeiro e viajou para Angola, país que estava em Guerra Civil, para realizar shows em três cidades; Luanda, Benguela e Lobito, com o objetivo de angariar fundos para a construção de um hospital em Luanda. Esta missão ficou conhecida como Projeto Kalunga, um evento que demonstra um diálogo pós-colonial existente entre Brasil e Angola.
Apesar de ter reunido grandes nomes da música brasileira em Angola, o Projeto Kalunga foi esquecido e silenciado no Brasil. O país ainda se encontrava sob o regime da censura, mesmo vivendo um processo de redemocratização. Devido às conotações políticas da missão africana, vinculada ao bloco comunista em plena Guerra Fria, se impôs o silêncio sobre a sua memória.
O presente trabalho busca analisar as canções gravadas, no retorno da viagem, por alguns dos músicos que integraram o Projeto Kalunga . Nesta perspectiva, são poéticas emergentes que revelam sua memória e denunciam seu esquecimento. Assim, apresentam a cartografia da missão e suas narrativas identitárias, que dialogam com os saberes tradicionais de Angola, como o semba, cuja retomada foi importante para a luta anticolonial e para formulação de uma identidade nacional angolana.
A vinculação às lutas dos movimentos políticos da época, como o apoio ao Movimento Popular de Libertação de Angola, é outra marca do Projeto Kalunga.
Cartografias dos silêncios poéticas emergentes
Session 1