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Accepted Paper:

O corpo e a prótese: A visão biomédica da deficiência no processo de reabilitação  
Rui Sérgio Oliveira Neves (Universidade de Coimbra)

Paper short abstract:

Parte dos problemas em lidar com a perda de uma parte do corpo está associada ao discurso sobre o corpo conforme é visto pelas áreas da saúde, segundo uma a visão excessivamente médica do problema, que não deixa nunca as pessoas assumirem a sua condição e tirar o máximo partido dela.

Paper long abstract:

Esta comunicação enquadra-se nos estudos da deficiência, especificamente, no uso de próteses, e foca o fenómeno da perda. O estudo, que integra do projecto de doutoramento, propõe estudar indivíduos que pratiquem um desporto que requeira o uso de próteses diferentes daquelas usadas no dia a dia (p.e. corredores com pernas amputadas). Pretende-se acompanhar mudanças e tensões nos indivíduos ao longo dos vários contextos: dia a dia, âmbito desportivo e sistemas de saúde.

Dado que o trabalho de campo ainda não foi realizado, nesta fase assume-se um caracter exploratório e esta comunicação tem por objectivo apresentar uma revisão bibliográfica e reflexão a respeito dos estudos da deficiência, em particular, a relação das pessoas com limitações físicas com os sistemas de saúde. Assumindo que a invalidez, mais do que depender da condição física, é socialmente construída (Goffman), começa-se pelo questionamento da visão biomédica das próteses como uma forma potencial de chegar à raiz do estigma associado a estas.

Parte-se da hipótese de que o discurso do corpo na visão biomédica pode funcionar como forma de reforçar os conceitos de invalidez, desadequação e a visão despontencializante dos sujeitos (Clare Gaffney). Na incapacidade de performar o corpo-funcional projectado pela medicina, esta impõe aos sujeitos uma eterna visão de corpo-deformado. O olhar exterior das ciências sociais pode ajudar os sujeitos a encontrarem uma maneira adequada de afirmar a sua condição física no diálogo com o universo médico, potenciando uma visão de (re)construção positiva do corpo e onde as próteses se apresentam como símbolos das potencialidades e não das falhas.

Panel P25
Saúde e diversidade (PT/ES/EN)
  Session 1