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Accepted Paper:

A Festa de Nossa Senhora do Rosário de Tróia: Estudo de um tempo Liminar  
Maria Miguel Cardoso (Câmara Municipal de Setúbal)

Paper short abstract:

As adaptações e vicissitudes de um presente inquieto através do estudo de uma festa de pescadores de Setúbal. Conflito entre patrimónios (arqueológico e imaterial) num contexto de emergente exploração turística. Questionamentos futuros e alertas presentes. Apropriação, Patrimonialização e Liminaridade.

Paper long abstract:

A Festa de Nossa Senhora do Rosário de Tróia é uma celebração religiosa anual que

ocorre no mês de Agosto, sem data certa no calendário pois depende inteiramente dos

humores das marés do rio Sado. A sua organização e realização é da responsabilidade

da Paróquia de São Sebastião e dos pescadores de Setúbal, que desde sempre

encararam o território da margem esquerda do rio como seu. A caldeira de Tróia é o

lugar da Capela de Nossa Senhora de Tróia, para onde segue a romagem dos

pescadores e famílias setubalenses e no qual se realiza um gigantesco acampamento

de três oficiais. Desde a sua primeira aparição em documentos de natureza histórica

já volveram mais de trezentos anos, no entanto, é o presente que conhece maior fulgor

mediático e participação familiar. As componentes religiosas da festividade e o seu

incremento, bem como a aposta dos media e de um museu municipal nas respectivas

divulgação e legitimação da componente patrimonial, contrastam com um passado de

características mais apagadas e cujo ímpeto primordial se revestiria de contornos mais

próximos do seu lado pagão. Este recente crescimento parece remar contra um futuro

que ameaça descaracterizá-la, estando na sua origem duas razões objectivas; a

escassez de pescadores e o crescimento de um empreendimento turístico no seu

território. O estudo do seu presente liminar adivinha um futuro incerto onde a

mudança acelerada se assume como certa.

Panel P14
Entre passado e futuro: antropologia, memória, património e «horizontes de expectativa»
  Session 1