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Accepted Paper
Paper short abstract
Ao avaliar as estratégias desenvolvidas para apropriar política, patrimonial e culturalmente Viriato em esferas locais tais como Viseu e Folgosinho, tenciono evidenciar o percurso identitário de comunidades submetidas a realidades e exigências diferentes que partilham uma mesma vontade apropriativa.
Paper long abstract
Numa perspectiva de ideologia política Viriato foi gradual e cumulativamente apropriado de forma a integrar os valores culturais de Portugal. Desde o século XVI, e através de processos de instrumentalização identitária e ideológica complexos, o herói antigo é assim transformado em referente dos valores do país, sem que para isso seja identificado claramente um espaço especifico que o represente. Só mais tarde, fruto das políticas de valorização ideológica originadas pelo Estado Novo, emergiram em Viseu e em Folgosinho, duas vontades destintas na forma bem que idênticas no fundo, de inscrever o herói antigo a nível local. Se Viriato já havia sido circunscrito à região da Serra da Estrela, dando legitimidade a Folgosinho na sua escolha, difícil de dizer o mesmo relativamente a Viseu.
Esta análise propõem-se tratar de forma comparada dois processos locais de mobilização patrimonial de um herói até aí de cariz nacional. Por intermédio de politicas territoriais de redefinição do espaço urbano, o património material dedicado a Viriato espelha uma variedade de jogos complexos entre memórias identitárias e tradições inventadas. Políticas essas que, ora pioneiras ora mensageiras da comunidade que representam, contrastam nas formas de identificação com o herói. Estátuas, monumentos históricos, escolhas toponímicas de comércios, escolas, espaços urbanos, Viriato apresenta-se como o representante de culturas locais bem distintas que partilham um mesmo fundador atribuindo-lhe lendas diferentes mas nem por isso contraditórias. Fugindo portanto à perspectiva nacional, o herói é assim investido em novos contextos espaciais tornando-o um elemento integro e hereditário da comunidade.
Lugares, culturas, patrimónios. Jogos de contraponto nos campos lusófonos (PT/ES/EN)
Session 1