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Accepted Paper:
Paper short abstract:
Trata-se de reflexão sobre etnografia no setor elétrico brasileiro a partir do cotidiano em uma empresa pública, apontando conflitos entre as abordagens antropológicas e projetos de desenvolvimento do Programa de Aceleração do Crescimento – PAC
Paper long abstract:
Reflete-se nesse artigo sobre a prática etnográfica em um órgão público e os conflitos vivenciados por antropólogos em programas de desenvolvimento, mormente pensados por uma elite de governo. A perspectiva é dada a partir da experiência de dois analistas concursados - uma cientista social e um antropólogo - em um órgão do setor energético. Esses técnicos de pesquisa energética ingressam na empresa por intermédio de concurso público, o que os confere posição específica e demandas diferentes das requeridas em trabalhos de consultoria e pesquisas acadêmicas. Nessa proposta, são problematizadas as práticas cotidianas dos processos que conformam os projetos do setor elétrico. Tais processos acionam antagonismos entre as representações hegemônicas - projetos nacionais essencializadores de uma certa noção de desenvolvimento - e os paradigmas antropológicos, como, por exemplo, o relativismo cultural. A posição de antropólogo requer a relativização de categorias operatórias, mas também um conjunto de estratégias para a inclusão da abordagem antropológica em programas de desenvolvimento, isto é, a apropriação desta por seus colegas no setor elétrico, com outras formações acadêmicas, e pelos tomadores de decisão. O acesso a dados etnográficos com potencial apelo em esferas judiciais e midiáticas tende a comprometer a divulgação acadêmica necessária à crítica das categorias operatórias dos programas de desenvolvimento do setor elétrico. Quando o antropólogo se insere em órgãos públicos, a obtenção de dados se torna mais fácil que se manter nos conflitos éticos, epistemológicos e políticos gerados em função do antagonismo entre os pressupostos da antropologia a vontade de se manter na disputa pelo campo.
Desafios da etnografia nas pesquisas em elites, instâncias estatais e políticas de governo
Session 1