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Accepted Paper:
Paper short abstract:
Nesta comunicação pretendo discutir de que forma a inscrição do Kola San Jon na lista do património cultural imaterial “português” ilumina “territórios obscuros” nos quais o diálogo pode (ou não) transformar esta prática performativa cabo-verdiana num património de conciliação pós-colonial.
Paper long abstract:
A festa do Kola San Jon é uma prática performativa cabo-verdiana que incorpora música, dança e artefactos, associada à devoção religiosa a São João Baptista. Em Portugal, a festa de Kola San Jon acontece desde 1991 numa comunidade de imigrantes cabo-verdianos residentes maioritariamente no bairro da Cova da Moura (referido pelos residentes por Kova M). Em 2012, um grupo de pessoas do Kova M, em colaboração com uma antropóloga e com uma etnomusicóloga, iniciaram o processo de inscrição da festa de Kola San Jon no inventário do património cultural imaterial português.
No contexto pós-colonial, definido pela relação política entre Portugal e Cabo Verde como "ex" colonizador/colónia, a rota atlântica do Kola San Jon descreve um processo de des/re-territorialização, que segue os seus protagonistas. Neste caso, a música desempenha um papel importante na manutenção de laços emocionais com o país de origem - Cabo Verde - bem como na construção de um sentido de pertença com a "loveland" - Portugal. No entanto, o desejo da comunidade em inscrever a festa de Kola San Jon no inventário nacional do património cultural imaterial, levanta questões interessantes relacionadas com as paisagens culturais desenhadas pela música e, especialmente, com o papel da etnomusicologia como ator no processo do questionamento das cartografias musicais.
Nesta comunicação pretendo discutir de que forma a inscrição do Kola San Jon como património imaterial português ilumina "territórios obscuros" nos quais o diálogo pode (ou não) transformar esta prática performativa num património de conciliação pós-colonial.
Dez anos da Convenção do Património Imaterial: ressonâncias norte e sul
Session 1