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Accepted Paper:
Paper short abstract:
Tendo como referência escritos que tematizam as migrações e saúde mental, a presente comunicação propõe alternativas ao olhar do “trauma migratório” ao integrar dimensões criativas à análise e considerando os fatores performativos que possibilitam reinvenções poéticas.
Paper long abstract:
Ao promulgar a Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948), a Organização das Nações Unidas estabeleceu critérios normativos básicos para a construção duma escala estandardizada que pudesse definir o percurso de desenvolvimento ideal de todas as pessoas e nações, prevendo a edificação duma arquitetura jurídico-institucional que pudesse monitorar os avanços "humanitaristas" e desafios societários do pós-Segunda Guerra. Porque definitivamente condicionada pelos valores liberais herdados do jusnaturalismo dos finais do séc. XVIII, a pretensão à universalidade da agenda dos Direitos Humanos encontrou forte resistência intelectual, sendo francamente denunciada em seu caráter etnocêntrico porquanto se comportava qual um gênero revitalizado de colonização moral. Em especial verificou-se como a ideologia capitalista apropriou-se desta retórica a fim de equacionar semanticamente o modelo de ascenção social burguês, institucionalizando através da noção de auto-determinação uma narrativa hegemônica sobre a liberdade humana (Žižek, 2005). No âmbito das práticas clínicas oferecidas às populações imigrantes, essa conceituação canônica torna-se problemática, pois na medida em que prioriza epistemologias positivistas e enquadres relacionais verticalizados, engendra configurações relacionais potencialmente paternalistas que ora desconsideram ora ironizam os sistemas étnico-culturais do sujeito em situação de demanda de cuidados, neutralizando e desautorizando sua soberania epistêmica. À luz das atuais textualizações sobre migrantes e saúde mental (Pussetti e Ferreira, 2009), a presente comunicação visa propor alternativas às leituras centradas no trauma, ao considerar os aspectos criativos da experiência migratória, lendo-a como performance de reterritorialização cultural que oportuniza contextos de reinvenção poética da pertença sócio-existencial.
Saúde e diversidade (PT/ES/EN)
Session 1