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Accepted Paper:

Da antropologia sem textos, ao texto da antropologia e à antropologia dos textos  
Carolina Valente Cardoso (School of Global Studies GU)

Paper short abstract:

Propõe-se uma reflexão sobre a relação entre a antropologia e o 'texto' (sentido amplo) como objeto de análise, de um ponto de vista histórico e exploratório: pretende-se realizar um estado da arte abreviado sobre o tema e, paralelamente, propor e reflectir sobre caminhos de análise alternativos.

Paper long abstract:

Desde a altura em que se debruçava primordialmente sobre as "sociedades sem escrita", a antropologia tem vindo a transformar substancialmente as suas relações com o 'texto'. Se, por um lado, com a pergunta-resposta de Geertz em 1973 - "O que fazem os antropólogos? Escrevem" - e com a obra paradigmática "Writing Culture", ganha fôlego o processo de reconhecimento do carácter textual da própria atividade disciplinar; por outro, a inflexão do olhar do antropólogo sobre as sociedades ocidentais, globalizadas e contemporâneas, é a via que conduz a uma promoção do 'texto' - pelo menos, hipotética -, a objecto passível de escrutínio: vivemos, afinal, num mundo mediado por textos, onde escrita e a leitura são centrais para as instituições e relações sociais e culturais. Da produção à recepção, os textos dependem de relações entre sujeitos e obedecem a códigos específicos; são indispensáveis para as actividades quotidianas de trabalho ou lazer; estão, outrossim, intimamente implicados nas mudanças drásticas, 'hipertextuais', que ocorrem nas naturezas do conhecimento e da comunicação contemporâneas.

Pretende-se fazer uma resenha destas transformações e das várias vias de análise que elas inauguram - dos Litteracy Studies, às etnografias da leitura, passando pela escola histórica francófona e pelos Estudos Culturais - tentando, paralelamente, idealizar alternativas a partir dos silêncios por elas deixados. Almeja-se, enfim, explorar caminhos possíveis para uma aproximação da antropologia ao 'texto', que vá para lá da auto-reflexividade, ou do emprego de técnicas tomadas de empréstimo à crítica literária para o exame de sistemas culturais, cuja textualidade não é senão metafórica.

Panel P40
Entre o aprender e o saber-fazer: Os «novos» na Antropologia
  Session 1