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Accepted Paper:

"Aqui é o Gerais. Quando criou esse parque que criou esse Sertão": uso da terra no Parque Nacional Grande Sertão Veredas, Brasil.  
Carmen Andriolli (PPGAS/ Museu Nacional/ UFRJ)

Paper short abstract:

Apresentarei a análise das transformações sobre uso da terra que compuseram o 'Gerais' em 'Sertão'. Essas categorias nativas remetem a dois tempos distintos, porém imbricados, que revelam duas formas diferentes de uso da terra: a sertaneja e a da preservação da natureza.

Paper long abstract:

'Gerais' e 'Sertão' são categorias nativas e remetem a dois tempos distintos: o tempo de ontem, o tempo do "movimento", da "fartura" e da "liberdade" e o de hoje, o tempo do "viver apertado", do "viver do compra" e de "ter que pedir permissão". Tempos que se mostravam imbricados e que ilustravam o processo pelo qual passavam os sertanejos de certa região do Brasil. Para esse grupo social, 'Gerais' são largas extensões de terra que se constituem como áreas de uso comum. A categoria nativa 'Gerais' remete a um local onde o gado é criado 'na solta', sem cercas, formando-se como uma área de uso comum para aquele grupo que compartilhava normas regidas pela moral camponesa. Muito embora essa terra fosse regido por uma lei própria desses camponeses, foi tomada pelo Estado, que, ao seu olhar, viu ali uma terra vazia, sem gente e, a partir disso, lhe atribuiu outro significado: em nome do bem comum, da proteção da natureza aquele território foi configurado como área de preservação. Ali foi instituído o Parque Nacional Grande Sertão Veredas, área que passou a ser cercada, bem como regida por outras leis: a do direito positivo. Essa nova forma de definir o uso da terra, que fez dos 'Gerais' o 'Sertão', trouxe proibições para esses sertanejos sobre o uso da terra, como não poder labutá-la, tampouco habitá-la.

Panel P43
Territorialidade, propriedade e posse da terra
  Session 1