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Accepted Paper
Paper short abstract
Este trabalho toma por objeto os modos de gerir a população surda brasileira. Parte-se da oposição entre uma concepção médico-corretiva e outra que tem afirmado particularidades linguística no âmbito da surdez. Ambas concepções estão amparadas em redes de micropoderes legitimadas pelo Estado.
Paper long abstract
A intenção deste trabalho é colocar em relevo distintos modos de gerir a população surda atualmente no Brasil. Historicamente, a surdez foi primeiramente posta como uma patologia que demanda cura, terapêutica e correção. O aproveitamento de resíduos auditivos e a aquisição da oralidade constituiu o cerne da disciplina normalizadora sobre corpos surdos. Atualmente, esta visão médica se traduz na prática do implante coclear, a cirurgia que produz ouvidos biônicos. Contudo, tal concepção médico-corretiva não é mais exclusiva, tampouco hegemônica. Com o reconhecimento jurídico-estatal da língua brasileira de sinais (libras), nos primeiros anos do presente século, tem se institucionalizado um novo modo de gerir a população em questão, o que está se traduzindo em formas de crescente particularização linguística e cultural da dita comunidade surda brasileira, bem como um distanciamento de um discurso patologizante. O processo de consolidação de uma língua de sinais de âmbito nacional, com o aval do Estado, se dá em um duplo processo: como uma forma de resistência aos processos corretivos e médicos sobre corpos surdos, bem como, com o estabelecimento de uma ampla rede permeada de relações em que micropoderes são exercidos de maneira gestual-visual. Assim, a intenção deste trabalho é colocar em debate noções com governamentalidade, população e performance linguística na produção contemporânea da surdez.
Saúde, estado e moralidades: antropologia em contraponto (PT/ES)
Session 1