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Accepted Paper
Paper short abstract
Evitando uma visão harmoniosa dos sistemas sociais de cuidado, esta comunicação debate o modo como as pessoas se integram em sistemas formais e informais de cuidado e como estas estratégias são eficazes para sobreviver num sistema em falência onde o cuidado se torna um factor de sustentabilidade.
Paper long abstract
As ciências sociais têm utilizado o conceito de cuidado para abordar o tratamento de situações de privação por vias que incluem a provisão do Estado aos cidadãos. Porém, na existência relacional quotidiana, cuidado é referido para descrever processos e sentimentos entre pessoas que cuidam umas das outras em várias dimensões da vida social e que não se encontram necessariamente em situações de carência. Nesta comunicação irei discutir diferentes dimensões do cuidado. Portugal atravessa uma situação de crise económica e social (índices crescentes de desemprego, baixos rendimentos familiares, população imigrante significativa, população idosa) que aumenta a pressão sobre os serviços sociais. Para fazer face à actual falência dos Estados Previdência e confrontadas com a diminuição da capacidade dos sistemas estatais de cuidado continuarem a providenciar este apoio, as pessoas (re)tomam vias informais para lidar com situações de carência. Este "estado de emergência" estimula a criatividade e a inovação, não só na esfera económica mas também social e moral. A iniciativa pessoal, imbuída da moralidade do "cuidado" e do bem comum, torna-se central e factor de sustentabilidade tanto a nível económico (provendo a pessoas necessitadas) como emocional (bem-estar). A visão não economicista que a antropologia nos dá sobre o cuidado põe a descoberto formas de socialidade que instigam a repensar as políticas públicas. As relações interpessoais e as relações motivadas por sentimentos e ideais de bem geral são portanto centrais para a reprodução do futuro do sistema social mundial de mercado económico global em que vivemos.
Crise e mudança de modos de vida
Session 1