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Accepted Paper:
Paper short abstract:
Este trabalho discute como lidar etnográfica e analiticamente com universos de pesquisa em que o segredo e a mentira são parte do jogo a ser jogado. Focaliza pesquisas realizadas em distintas instâncias estatais considerando a positividade sociológica do omitir e alterar informações.
Paper long abstract:
Este trabalho considera a mentira e o segredo como um dos dispositivos e tecnologias de poder, a partir de desafios próprios à pesquisa com elites políticas e instâncias estatais. A questão que se coloca é como lidar metodológica e conceitualmente com sujeitos de pesquisas que pertencem a um universo no qual o mentir ou omitir fatos é parte do jogo a ser jogado, como é o caso da política?
Pois como já havia percebido Simmel, as estruturas sociais variam profundamente de acordo com a medida de mentira que nelas operam. Assim, não se pode pensar a mentira sem considerar o mundo a que ela pertence, pois ela não é pura negatividade. O significado social da mentira requer, como explorou J.A.Barnes em A Pack of Lies, que se pergunte: quem mentiu, para quem, como, quando, com relação ao presente ou ao passado, com que intenções e onde? Somente na consideração das interações concretas em que se inserem é que as ações são metamorfoseadas em mentir. Mentiroso é sempre o outro, é sempre uma categoria de acusação.
O caso dos políticos, contudo, traz um ingrediente novo, pois se antecipa que todo político não tem compromisso com a verdade.
Aqui é preciso considerar como na vida política algo vira informação na corte de reputação constituída pelos meios de comunicação, pois é quando a mentira vira notícia que ela se constitui ao ser revelada como tal.
Desafios da etnografia nas pesquisas em elites, instâncias estatais e políticas de governo
Session 1