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Accepted Paper:
Paper short abstract:
A proposta deste artigo é a partir da alimentação discutir práticas de memória. Para isso, parto de um estudo de caso feito em Florianópolis (Brasil) para refletir sobre aquilo que deve ser lembrado e o que deve ser esquecido.
Paper long abstract:
O Morro do Mocotó em Florianópolis (SC, Brasil) foi durante os séculos XVIII e XIX morada para escravos e para os pobres que eram afastados do Centro para dar início às obras de modernização da cidade, que se estenderam ao longo do século XX. O local tornou-se conhecido no século XIX pelos pratos de mocotó, ensopado feito a partir de feijão, pé de boi e dobradinha, que os moradores faziam tanto para vender quanto para servir nas festas que eram organizadas no Morro, como as que celebravam a abolição da escravatura.
O mocotó é neste contexto uma comida que não só alimenta, mas identifica e dá nome ao Morro. É um saber transmitido de geração a geração e que ainda hoje é feito no Morro. Nesse sentido é possível pensar no mocotó enquanto uma prática de memória como define Nora. Para o historiador, a memória está associada ao cotidiano e à prática e emerge de um grupo que ela une. Ela se opõe a noção de história porque a história tenta congelar o tempo e faz dos hábitos um dever porque os oficializa.
Ricoeur também valoriza a noção de memória. Para o autor, a história se baseia no registro da memória, o que contribui para o aumento do controle do estado que legitima aquilo que deve ser lembrado. Já a memória funciona através de operações complexas que fundamentam a identidade individual, ela é princípio de unidade e de continuidade, que assegura o vínculo entre o sujeito e suas experiências.
Entre passado e futuro: antropologia, memória, património e «horizontes de expectativa»
Session 1