Click the star to add/remove an item to/from your individual schedule.
You need to be logged in to avail of this functionality.

Accepted Paper:

'Mas onde é o 'terreno'? Reflexão sobre a importância da dimensão pessoal na selecção de objetos e terrenos etnográficos  
Maria de Fátima Amante (University of Lisbon, ISCSP - CAPP)

Paper short abstract:

A comunicação tem um objectivo duplo: por um lado tenta avaliar o modo como a experiência de ruralidade do investigador tem sido importante no momento de escolher o terreno; por outro lado, explorar o modo como a segmentação das relações no terreno se reflectem na produção do conhecimento etnográfico.

Paper long abstract:

Diz-se que a escolha do terreno pode ser uma das fases mais stressantes do trabalho de campo, associada normalmente à avaliação de vários de factores que é necessário ponderar; mas também se referem casos em que o investigador sabe inequivocamente, desde o inicio, onde é o 'seu' terreno e outros há, como Geertz, que dizem ter 'tropeçado' no terreno. Também é certo que as muitas duvidas que se podem colocar sobre a escolha do terreno, ficaram durante muito tempo ausentes da escrita etnográfica. Sobretudo razões pessoais - familiares, financeiras etc. - ganham visibilidade nas últimas décadas. Pretendo, a partir da avaliação da literatura e utilizando o meu percurso na pesquisa etnográfica, explorar alguns destes aspectos, designadamente, o modo como a minha origem rural influenciou a escolha do terreno - quase sempre em contextos rurais - e de uma certa forma, antecipou a presença no mesmo.

A pesquisa etnografia em contextos rurais deve considerar características que decorrem da apertada malha de relações sociais que definem comunidades onde o interconhecimento é generalizado. A presença do antropólogo, rapidamente notada e comentada, faz parte de um processo que, no meu caso, foi da desconfiança até à criação de um conjunto de expectativas sobre os reais motivos da presença no grupo. Estas expectativas revelaram-se muitas vezes determinantes no modo como as pessoas construíram esta presença e foram consequentes na produção do conhecimento etnográfico. Os primeiros contactos estabelecidos, a dependência emocional do antropólogo relativamente a algumas pessoas, numa estratégia de 'imitação da vida de casa, no 'campo'' serão discutidas.

Panel P33
Objectivação participante e a Escolha do Terreno
  Session 1