Click the star to add/remove an item to/from your individual schedule.
You need to be logged in to avail of this functionality.

Accepted Paper:

Da antropologia à saúde pública. Estudo sobre a trajetória dos usuários de crack na cidade e nas instituições de saúde.  
Regina Medeiros (PUC Minas)

Paper short abstract:

Apresentamos a pesquisa realizada em Belo Horizonte, Brasil, seu objetivo é analisar os significados simbólicos do uso abusivo de crack entre os pacientes em tratamento e as respostas terapêuticas das instituições de saúde pública. Foi utilizado o método qualitativo, com entrevistas em profundidade.

Paper long abstract:

No Brasil, no campo da saúde publica o consumo de drogas, especialmente as ilícitas, de maneira especial o crack, tem se transformado em um desafio constante, especialmente quando se leva em conta os programas terapêuticos, ancorados na perspectiva médica de abstinência e centrados no sujeito e na substancia psicoativas por ele utilizada, descolados de um contexto social mais amplo. A relação dos indivíduos com as referidas substâncias não é uma ação separada, ao contrario é constituída por um conjunto de atos e de interações que podem ser modificadas no decorrer do processo. Igualmente as construções subjetivas e sociais, as percepções e as valorações são decorrentes da tríade sujeito-contexto-substância e só por meio dela é possível compreender esse fenômeno contemporâneo.

A mídia tem um papel importante na criação de imagens estereotipadas sobre o usuário de crack relacionando-o aos grupos perigosos, residentes nas periferias da cidade, negros e desocupados, Essa imagem contribui para as reações preconceituosas da sociedade e para as respostas institucionais baseadas em medidas moralistas de controle do corpo do outro, de suas escolhas e do prazer. Nesse processo, o paciente é excluído, deslocado do lugar do sujeito e marginalizado. Em decorrências, as politicas públicas e as medidas terapêuticas se tornam ineficazes contribuindo para o desencanto dos profissionais e para a busca interminável por uma poção mágica por parte dos familiares e dos pacientes. Com efeito, observam-se repetidas internações, descrença nas instituições e nos profissionais, a discriminação social, o preconceito e o medo disseminado nos centros urbanos.

Panel P23
Antropologias da saúde pública
  Session 1