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Accepted Paper:

Género e dinâmicas afetivo-sexuais em contexto prisional: Vivências da intimidade ambivalente  
Rafaela Granja (University of Minho) Manuela Cunha (Universidade do Minho, CRIA-UMinho) Helena Machado (University of Minho)

Paper short abstract:

Este artigo explora a reconfiguração das dinâmicas afetivo-sexuais em contexto prisional articulando género, condicionamentos, normatividades e vulnerabilidades. A “intimidade ambivalente” remete para a justaposição de experiências e sentidos que caracterizam as narrativas de mulheres reclusas.

Paper long abstract:

A intimidade e sexualidade dos reclusos é oficialmente controlada e limitada pelos sistemas penais. Num contexto desenhado para disciplinar os corpos, a regulação, o condicionamento e a inibição das relações afetivo-sexuais levantam questões paradoxais no âmbito das políticas penitenciárias.

A partir de 20 entrevistas a mulheres reclusas portuguesas, esta comunicação explora as subjetividades, estratégias, negociações e vulnerabilidades que envolvem as relações íntimas em meio prisional. Focando as reclusas que mantêm relações heterossexuais e que têm acesso a visitas conjugais, explora-se como se interrelacionam relações íntimas e contextos específicos de constrangimento.

Num meio institucional em que os limites entre o público e o privado colapsam, como é que a prisão redesenha ou restabelece a área mais privada de intimidade? Como se entrelaçam normatividades de género e vivências da sexualidade condicionada? De que formas se delineia e regula a circulação de pessoas entre o meio prisional e exterior no âmbito das visitas íntimas?

O campo das possibilidades de vivenciar a intimidade na prisão mostra que a relação afetivo-sexual é redesenhada à luz da monitorização penal. As narrativas das reclusas evidenciam atribuições de sentido e experiências contraditórias e justapostas sobre visitas conjugais, revelando uma "intimidade ambivalente". Por um lado, as visitas íntimas implicam a vigilância penal mais intrusiva da reclusão, destinada a controlar os corpos, e minando a intimidade, sigilo e privacidade que se associa às interações íntimas. Por outro lado, aqueles momentos promovem sentimentos de liberdade devido ao seu acentuado contraste com outras formas de envolvimento com familiares em contexto prisional.

Panel P16
Gênero, moralidades, sexualidades e estéticas afetivo-sexuais: pensando a produção e circulação de pessoas, objetos e ideias na contemporaneidade (PT/ES/EN)
  Session 1