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Accepted Paper:

has pdf download Suicídio de jovens não-heterossexuais e as tensões entre Antropologia e Saúde Pública: Ser ou não Ser?  
Thiago Nagafuchi Rubens Adorno (University of São Paulo)

Paper short abstract:

A partir de uma abordagem antropológica e, evidenciando as tensões éticas entre Saúde Pública e Antropologia, apresenta-se uma história de vida de um jovem de 25 anos que tentou suicídio duas vezes por motivos ligados à sua identidade de gênero e orientação sexual.

Paper long abstract:

Estudos centralizam a problemática do suicídio de jovens não-heterossexuais numa origem

homofóbica - porque a homofobia resulta de um arquétipo normalizador dos sexos, gêneros

e sexualidades que, em seu ardil, subjaz uma redução pautada em um binarismo homo/

heterossexual em que estão recônditos os discursos políticos tanto de movimentos sociais

quanto daqueles institucionalizados pelo Estado. Nesse entremeio, pode estar a raiz de um

sofrimento social.

Por outro lado, enquanto fundamento, as metodologias da Etnografia possibilitam

uma problematização interseccional que proporcionam uma análise, ipso facto, multi/

interdisciplinar de tal sofrimento social. Especificamente, tomando por base uma abordagem

etnográfica de história de vida, o objetivo desta comunicação é apresentar um caso

circunscrito à problemática - em que pesem os conceitos apresentados anteriormente -, e

discutir os possíveis desdobramentos éticos de uma pesquisa que se propõe fundamentada em

bases da Antropologia e seus vieses de Saúde Pública, evidenciando uma tensão entre as duas

áreas de conhecimento.

Nosso sujeito etnográfico é um jovem de 25 anos que se identifica como homossexual, que já

tentou suicídio duas vezes, atribuindo como causa, primordialmente, questões ligadas à sua

orientação, identidade e expressão sexuais.

Tal discussão se encontra em um vórtice de tensões epistemológicas entre as subjetividades

pertinentes às teorias de gênero (masculinidades e teoria queer, em especial), enquanto crítica

de uma normalização do sexo, da identidade e das sexualidades, subjacentes em discussões

antropológicas; e a objetividade de um tema como o suicídio na Saúde Pública - que, per se, já

erige uma tensão da ética enquanto um de seus campos de normalização.

Panel P23
Antropologias da saúde pública
  Session 1