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Accepted Paper

Resignar, desaparecer, fugir ou lutar? Estratégias de sobrevivência dos refugiados em Portugal.  
Cristina Santinho (ISCTE)

Paper short abstract

Os refugiados constituem uma das populações mais vulnerabilizadas. Na presente crise económica e social, os compromissos de protecção anteriormente assegurados pelo Estado, são agora desrespeitados, provocando sentimentos de desorientação e injustiça entre os que aqui pedem asilo.

Paper long abstract

As recentes alterações à lei provocaram uma fragilização ainda mais acentuada, nas vidas dos refugiados. O desemprego, a redução dos frugais subsídios e o envio dos requerentes de asilo, por parte da Segurança Social, para municípios localizados longe do distrito de Lisboa, agudizam, ainda mais, a precariedade das suas vidas. Perante esta situação, que estratégias de sobrevivência e resiliência encontram os refugiados, quando falham todos os apoios institucionais e sociais? A solidariedade e interajuda entre pares, ainda é um recurso, quando todos os outros falham? Ou a solução passa por vias mais radicais, como a fuga para países onde passarão a trabalhar clandestinamente, sujeitando-se à condição de "ilegalidade" imposta e, consequente, perseguição e risco de expulsão da UE? Ou será que apenas lhes resta uma vida sujeita à "caridade", materializada através das cantinas sociais e albergues para sem-abrigo? Muitos refugiados, em particular os que se encontram profundamente traumatizados, acabam por desaparecer, sendo praticamente impossível encontrar o seu rasto. Mas também há aqueles que decidem organizar-se através da criação de estruturas associativas e, a partir daí, lutar pelos seus direitos e por uma maior visibilidade social e política. Assistimos pois ao que Fassin se refere como sendo o oscilar entre políticas e atitudes sociais de "compaixão" e "repressão". Também se aplica a estas realidades o conceito de "governmentality" (Foucault,1991), tendo em conta que cada vez mais, as instituições, através das suas atitudes, passam a tomar as populações mais frágeis, como objectos.

Panel P41
Crise e mudança de modos de vida
  Session 1