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Accepted Paper:

Requalificação não planificada - gentrification espontânea de um bairro social de Siza Vieira em Évora  
Mario Gomes

Paper short abstract:

Esta comunicação nasce de uma estada de terreno no Bairro da Malagueira de Siza Vieira onde a par da destruição sistemática do bairro por abandono dos poderes públicos se procede simultaneamente à requalificação de outras áreas do mesmo bairro por iniciativas individuais privadas.

Paper long abstract:

Recentemente Frúgoli Jr. (2013) teceu algumas críticas aos estudos sobre gentrification por se debruçarem exclusivamente sobre o conflito capital imobiliário e poderes públicos contra os interesses das classes populares que se vêem, tradicionalmente, segregadas das áreas requalificadas. Isto corresponde exactamente à realidade com que nos defrontámos no nosso trabalho de campo (11 meses, residência in situ) no bairro social desenhado por Siza Vieira no pós 25 de Abril na Malagueira/Évora.

O Bairro é estudado nas Faculdades de Arquitectura do Mundo inteiro e desprezado em Portugal pelos poderes públicos pelo desinteresse a que o votam, neste momento existem 27 fogos emparedados (de 1200, casas unifamiliares, duplex, com pátio) atribuindo-se a responsabilidade ao tráfico de droga pela comunidade cigana, que levou à degradação da área social e arquitectonicamente.

Por outro lado existe um movimento de requalificação espontâneo criado através da compra de casas em todas as áreas da Malagueira por grupos socioprofissionais mais escolarizados, mas não exclusivamente, nas áreas ditas "sociais" muitos são os compradores das classes populares ou que o desejam fazer. E aí parecem despontar dois movimentos até aqui desconhecidos - por um lado uma gentrification não-planificada e por outro um movimento que cruza as práticas entre vários grupos sociais rompendo com a segregação residencial e que remete para o conceito omnivorousness desenvolvido por Alan Warde (2007). Mas também aqui rompendo com o comum porque este confronto às práticas de prestígio (snobbery), contra o estigma e o preconceito é interclassista e não exclusivamente dos grupos de maior estatuto social.

Panel P53
Trajetórias e identidades em contextos urbanos transnacionais
  Session 1