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Paper short abstract
Na Índia independente, as estratégias de reorganização do real social partiram de muitos dos pressupostos representacionais implantados pela administração colonial britânica. Algumas categorizações servem ainda de base a censos e critérios de discriminação constitucional de grupos populacionais.
Paper long abstract
Na Índia independente, as estratégias de reorganização do real social da "nova" nação partiram de muitos dos pressupostos representacionais eficientemente implantados pela administração colonial britânica. O método que serviu à eficácia de uma tal implantação socorreu-se de dois recursos essenciais. Por um lado, de um corpo de técnicas e práticas disciplinares para validação do conhecimento, proporcionado por intelectuais e profissionais, em relação simbiótica de legitimação do poder vigente, em que antropólogos, "orientalistas" e "anglicistas", assumiram um papel preponderante. Por outro lado, da sua operacionalização no terreno, materializando o exercício de poder sobre este imenso objecto. A operacionalização foi efectuada pela objectificação, nomeação e hierarquização de grupos populacionais, através de listagens públicas, censos e sua imposição jurídica; através da objectificação de categorias distintivas com aplicação de técnicas antropométricas e teorias racializantes; até à criminalização de largas centenas de grupos, objectivados e nomeados como castas e tribos determinadas, e ao seu encarceramento em reformatórios.
Na actualidade, algumas destas categorizações servem de base a recenseamentos e suportam o estabelecimento de critérios de discriminação constitucional positiva de grupos em Scheduled Castes, Scheduled Tribes e Other Backward Classes. Antropólogos da Anthropological Survey of India são assim enviados para o terreno no sentido de avaliarem a legitimidade das reivindicações de pertença a SC, ST ou OBC de determinados grupos. À sua solicitação, estes antropólogos procuram a validação de traços identitários "primitivos", de "cultura distintiva", "isolamento geográfico", "timidez ao contacto com culturas dominantes" ou "atavismo" nos seus corpos, vestuário, língua, hábitos, ocupações e práticas religiosas.
Os antropólogos e o projeto colonial: as interfaces de um saber
Session 1