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Accepted Paper:
Paper short abstract:
A comunicação visa, a partir de pesquisa etnográfica, perceber os elementos exclusivistas ou de intolerância presentes em discursos e mentalidades veiculados por determinados grupos religiosos.
Paper long abstract:
Atualmente grupos cristãos têm capitaneado, em seus discursos e práticas, conceitos como "conquista", "batalha", "posse", "território", "domínio", "verdade", percebendo a história como definida por lutas urânicas entre Deus e o Diabo, verdade e mentira. Em determinados grupos católicos esta batalha tem se estendido ao interior da própria Igreja, em que grupos religiosos interpretam que a Igreja Católica, em seu interior, é afetada por uma grande batalha, pois que o Diabo estaria se servindo de certas tendências teológicas para enfraquecer ou destruir a "barca de Pedro".
A comunicação proposta quer apresentar recortes destas mentalidades. É baseada, fundamentalmente, em pesquisa de campo (etnografia) realizada junto a grupos católicos, particularmente o neofranciscano Toca de Assis, a Canção Nova e os Arautos do Evangelho (os dois últimos também presentes em Portugal). Tais grupos apontam para nova (¿) tendência católica, que advoga a religião a partir de um referencial exclusivista que opera em lógica "bélica espiritual", ou seja, em concepções de batalhas espirituais intra e extracatolicismo, no primeiro caso a bem de purificar o catolicismo de ataques que o Diabo faria à Igreja, e no segundo caso para exorcizar tudo o que não é compreendido como legitimamente católico segundo a ótica de tais grupos.
Chamamos, aqui, tal tendência de "violência simbólica", ou seja, uma violência que, se não se traduz por atos físicos de violência, manifesta-se pela exclusão e desqualificação de quem pensa e age de forma diferente, no interior da própria Igreja ou em seu exterior.
Religions, jurisdictions, sovereignties: ethnographies of religious and political contestation (PT/EN/ES)
Session 1