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Accepted Paper:
Paper short abstract:
Esta apresentação pretende demonstrar como a artificialidade dos destinos turísticos, concebidos como loci míticos, adquire um cariz particularmente marcante em regimes políticos nacionalizantes, como o autodesignado Estado Novo português.
Paper long abstract:
"O nosso país é, de facto, todo ele, uma impressionante exposição de turismo nacional. Se amanhã alguém pretendesse construir, numa grande maqueta, o país ideal do - turismo, não teria mais do que realizar o diorama pitoresco de Portugal."
António Ferro
As palavras em epígrafe foram pronunciadas por António Ferro, em fevereiro de 1940, perante uma assembleia de representantes das juntas e das comissões de turismo que visitava as instalações do Secretariado da Propaganda Nacional, e evocam as iniciativas agenciadas por aquele que foi o principal responsável pela criação e pela divulgação da imagem de Portugal, também enquanto destino turístico, entre 1933 e 1949. Tais diligências são bem elucidativas do modo como as representações turísticas resultam da manipulação de fatores diversos, cujo propósito é a arquitetura de lugares alegadamente exóticos e paradisíacos que visam atrair o Outro.
Com recurso a alguns documentos de divulgação turística produzidos na década de Trinta, do século XX, em Portugal, pretende-se, com esta apresentação, demonstrar o modo como, em plena implementação do regime totalizante do Estado Novo, as estratégias de representação de Portugal como palco de movimentações turísticas teimavam em apresentar um espaço simultaneamente uno e heterogéneo. Esse propósito, claramente ideológico, acaba por condicionar ainda mais a criação do destino turístico, elevando-a a uma condição de artificialidade que quase o aproxima dos "não-lugares" de Marc Augé.
Imaginários do turismo
Session 1