Paper short abstract:

Em 1964 é fundado o Instituto Moçambicano, com o objectivo de promover a educação e saúde dos refugiados da guerra de libertação de Moçambique. Recolheu inúmeros apoios humanitários e colocou os estudantes em algumas das melhores universidades da época, formando os líderes do Moçambique actual.

Paper long abstract:

Em 1964 é fundado na Tanzânia, em Dar es Salaam, o Instituto Moçambicano sob a chancela da FRELIMO, e com o apoio do governo tanzaniano, com o objectivo de promover à educação e saúde dos refugiados da guerra de libertação de Moçambique.

Sob a direcção de Janet Mondlane, mulher do primeiro presidente da FRELIMO, Eduardo Mondlane, esta instituição de assistência começou por ter como principal função a educação, enquanto escola secundária, dos jovens refugiados, preparando-os na militância pela causa da libertação e favorecendo o seu prosseguimento de estudos além fronteiras de forma a preparar quadros para o Moçambique independente, acabando por se tornar também na grande angariadora de fundos e condições para que a luta armada prosseguisse, permitindo quer aos guerrilheiros, quer às suas famílias as melhores condições de vida possíveis nos campos de treino e nas zonas libertadas.

Com uma grande rede de contactos internacionais, onde se contam Estados Unidos da América, URSS, China, Holanda, Noruega e Suécia entre outros países, o Instituto Moçambicano conseguiu levar a guerra de libertação além fronteiras, recolhendo inúmeros apoios humanitários e colocando os seus estudantes em algumas das melhores universidades da época.

Actualmente a grande parte dos líderes políticos e administrativos moçambicanos com mais de 50 anos passou pelo Instituto Moçambicano, trazendo assim para a actualidade a memória e o trabalho de uma instituição que formou jovens até ao início da década de 70, mas cujo trabalho humanitário continuou até ao Moçambique independente, herdeiro de uma matriz identitária comum aos objectivos da instituição.