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Com base nas obras de diversos escritores provenientes das ex-colónias portuguesas pretendemos analisar o modo como a realidade política e social deste período de transição se transfigura na prosa literária tecendo nós e laços entre as diversas forças em campo.

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A escrita pós colonial da história do período das guerras de libertação nas ex-colónias portuguesas é ainda um campo aberto. Muitos dos acervos documentais que alimentam a história oficial permanecem confidenciais ou de acesso limitado. Mas existe uma versão "outra" destas histórias construída com base na liberdade da criação que caracteriza a escrita ficcional. Se por um lado se pode objectar a inexactidão factual destas construções, o facto é que em tempos difíceis ou em circunstâncias em que a prudência diplomática aconselha uma abordagem descomprometida, a escrita literária ficcional permite uma liberdade de expressão e pensamento que abre caminho a uma "tradução" destes contextos. Com base nas obras de diversos escritores provenientes destes países pretendemos analisar o modo como a realidade política e social deste período de transição se transfigura na prosa literária tecendo nós e laços entre as diversas forças em campo. Recorrendo a textos coevos e contemporâneos pretendemos demonstrar a permeabilidade existente nas relações entre colonizadores e colonizados, mas também nos diferentes países colonizados entre si.