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A literatura moçambicana tem sido um importante catalisador para a noção de nacionalidade, por meio da produção de escritores e poetas que articulam referências físicas e imateriais do país. Uma figura que tem ocupado um lugar privilegiado na produção de uma épica moçambicana é Ngungunhane, o último chefe africano do império de Gaza, que resistiu aos portugueses mas foi capturado e morreu no exílio. O objetivo desta comunicação é colocar em evidência essa personagem controversa, Ngungunhane, como o mote de obras literárias desses escritores, e discutir seu lugar na construção, não apenas de uma épica nacional mas, sobretudo, de problematização de distopias contemporâneas e da necessidade de descolonizar o imaginário.